sábado, 13 de setembro de 2014

POLÍTICA - Quem chorará as lágrimas de Marina?


                                                             

                                                  
 
E SE AS LÁGRIMAS DE MARINA NÃO MAIS COMOVEREM,
QUEM É QUE VAI CHORAR?
 
 
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O blogueiro Miguel do Rosário comenta em sua postagem de hoje (13/09) a nova tática da Mídia para a mais nova candidata que arrumaram, depois de se convencerem da inviabilidade da candidatura tucana. Apesar desse modelo de marketing ter servido por muito tempo aos sionistas que, sem nunca terem frequentado os campos de concentração, pegaram carona na perseguição nazista aos judeus socialistas; no caso da candidata remasterizada cotidianamente não sei se vai dar certo.
Mas não vou pretender discutir marketing político e reconheço que nessa especificidade minha experiência é nenhuma. Em meus tempos de redator publicitário sempre fugi das campanhas políticas. Não gostaria de redigir peça publicitária nem para campanha da candidata em que acredito. E acredito somente porque tenho razões para acreditar, afinal, como o seu predecessor, tem correspondido plenamente com os motivos de ter votado neles. Nenhum jamais me ofereceu qualquer vantagem pessoal e sequer sabem que existo.
No entanto, nos meus tantos anos de sobrevivência através da publicidade, atividade com que dividi o jornalismo que apesar de não me remunerar era a de minha real identificação profissional; alguma coisa aprendi sobre o marketing empresarial.
Uma delas é sobre efeitos de associação de imagens. A imagem de uma empresa associada a um evento, a um fato, ou a uma personalidade, indubitavelmente resultará em algum efeito, tão mais ou menos intenso quanto mais ou menos estreita a relação estabelecida.
Esse foi o caso do produto automobilístico mais popular do mundo que surgiu com nome de KdF-Wagen. Wagen é carro e o KdF é de Kraft durch Freude, o que em português se traduz para Força através da alegria que era um dos lemas do Partido Nacional-Socialista do Trabalhadores Alemães, o Partido Nazista.
O pequeno KdF tornou-se uma sucesso de vendas no decorrer do governo nazista e uma nova cidade foi edificada no entorno de sua fábrica. Aquela cidade também adotou como nome o lema nazista e chamou-se KdF-Stadt.
Com a fábrica bombardeada e tão intimamente ligada ao regime nazista e ao próprio Adolf Hitler, ao final da Segunda Guerra Mundial a KdF não tinha a menor perspectiva de futuro, apesar da qualidade de seu carrinho resistente, econômico, prático e com muitas outras qualidades. Mas essas predisposições conquistaram um oficial britânico, o major Ivan Hirst que sugeriu a manutenção de sua produção. A princípio não deu muito certo, até que se mudou o nome da cidade para Wolfsburg (cidade do lobo) e o da Kraft, produtora do KdF, para Volkswagen (carro do povo).
Não sei se essa campanha de vitimização da Marina Silva estancará a já esperada tendência de queda, mas tenho mais dúvidas sobre os resultados aos seus patrocinadores.
A queda de Marina era esperada porque natural. Evidente que pós efeito de comoção pela morte de Eduardo Campos, retirando o inchamento e a supervalorização pelos meios de formação e de pesquisa de opinião pública, que são as mesmas empresas tendenciosas e dúbias; só poderia haver uma queda de Marina nas pesquisas.
Ocorre que o comportamento da candidata tem se demonstrado ainda mais dúbio do que o da Mídia e dos Institutos de Pesquisa que a apoiam. Suas afirmações, mais confusas do que difusas, vacilam entre as diversas orientações religiosas e empresariais de sua campanha. Marina é a contradição em si e ao invés de recorrer a algo em que possa ser transparente, tem somado tendências totalmente controversas ao próprio histórico. No Acre, por exemplo, tem como cabo eleitoral o filho do assassino de Chico Mendes e recebe apoio nacional de ruralistas que, quando ambientalista, dizia combater. Prega o velho mantra anticorrupção e seu marido responde a mais de um processo por este motivo. Como se tudo isso fosse pouco, compõe um programa de governo que além de inúmera controversas e erratas, em diferentes momentos tem sido percebido como plágio de tendências divergentes.
Até compreensível que provinda do PT em algo seu programa se assemelhe aos dos governos do PT, mas o dúbio é que aliada à família Setúbal da ARENA, do PFL e do DEM; sua programática de governo também se assemelhe ao concorrente Aécio Neves. Desculpa a isso dizendo procurar promover uma harmonização política, mas o que de fato tem obtido é um profunda confusão no eleitor, inclusive com afirmações incongruentes e desconexas como como a indicação de Chico Mendes como elite.
O pobre do eleitor que sempre entendeu que elite eram os que mataram Chico Mendes, ainda mais se abisma e se afasta sem poder distinguir onde de fato há uma proposta de governo ou é mero oportunismo.
Pelo muito pouco que sei de marketing político, me parece que isso de oportunismo é compreensível e natural, mas afora o aproveitamento da oportunidade o produto tem que apresentar alguma consistência. O produto político Marina Silva levitou no vácuo de seu mais próximo concorrente, o Aécio, e inflado pela comoção da morte do Eduardo, subiu. Mas sem conteúdo que lhe servisse de combustível, que o aquecesse, cai vertiginosamente.  
De alguma forma, entre PT, PV, PSB, PSDB e PSC; Marina diz muita coisa que se assemelha a tudo, mas o problema é que dependendo dos telefonemas, e-mails ou twitters que recebe, desdiz completamente no dia seguinte. São muitas vozes a formar a fala de Marina e embora em sua Igreja, Assembleia de Deus, seja através de falas desconexas que os fiéis se comuniquem com Deus, para o cidadão comum não só fica difícil acompanhar e entender, como também impossível crer.
Deveria ser um pequeno recuo nos índices de intenção de voto, uma natural oscilação que seu marketing político pudesse administrar até o segundo turno; mas exatamente por esta falta de consistência a queda já se iniciou num formidável despencar que agora acena com a desesperada e arriscada estratégia de vitimização.
Estariam os eleitores brasileiros dispostos a eleger para representar o país alguém que se faça de vítima perante os tantos problemas nacionais e internacionais que todo presidente, de seja onde for, tem de enfrentar?
Me parece uma estratégia perigosa, mas como já disse não vou me meter a dar opinião em marketing político. No entanto, estranho muito os Setúbal arriscarem tão acintosamente o principal patrimônio da família: o Banco Itaú.
Por alguma conveniência me tornei correntista do Itaú há muito tempo, mas não só ando em dúvida se devo manter minhas parcas economias depositadas numa instituição que de forma tão temerária lida com meus interesses como cidadão e com a nação da qual dependo para uma vida minimamente digna, como tenho certeza de que se hoje precisasse decidir pela abertura de uma conta bancária, sem dúvida não seria no Itaú. E isso não tem nada a ver com simpatias ou antipatias políticas. Estou certo de que sequer seria uma decisão racional, de caso pensado.
Com algum mínimo conhecimento dos mecanismos psicológicos que envolvem as promoções de marketing, se sabe que os fatores que geram disposição ou indisposição ao consumo, inclusive de serviços bancários, nem sempre são racionais ou exclusivamente conscientes. A concorrência é grande e o que leva a uma decisão por esta ou aquela instituição podem ser razões e percepções muito mais subjetivas do que até mesmo a comodidade da proximidade de uma agência. Muitas vezes pode até estar fora de mão, mas por razões que o próprio consumidor não consegue identificar, é ali que prefere confiar seus estipêndios por mais parcos que sejam.
Posso estar enganado em relação ao restante da população, mas pelo menos eu não abriria conta num banco cuja imagem se permitisse tão intimamente relacionada a alguém que ontem contradisse o que disse anteontem. Por mais que possa ser tolerante a todas as contradições humanas, inclusive filosóficas, religiosas e políticas; mesmo não sendo exatamente um dinheirista e bastante longe de ser um capitalista, isso de indecisão, de hoje uma coisa amanhã outra, de erratas e volatilidade de opinião, com meu parco dinheirinho, não!
Também tenho conta em outros bancos e pode até ser que num momento que necessite de um empréstimo ou disponha de algum para investir, eu vá consultar a gerente de minha agência Itaú, mas sem dúvida, apesar de bonita e simpática, será a última que procurarei. Repito, não será de caso pensado, mas sei que minha motivação será esmorecida por algo que talvez sequer definiria se o titubear da Marina não se me aparentasse tão sintomático e preocupante. E é natural que me preocupe, afinal ela é uma postulante a dirigir o meu país e não posso fazer ideia para onde pretende dirigi-lo se a cada dia anuncia uma nova errata ao seu programa de direção. Saberá o Itaú para onde dirige meu tão pequeno investimento. Pequeno, mas por pouco que seja, espero algum rendimento através dele e talvez melhor consultar a Caixa Econômica, o Banco do Brasil.
Quando lembro que Marina procura justificar as erratas ao seu próprio programa de governo, fico imaginando a gerente do Itaú me apresentando uma errata à informação de uma aplicação. Se fazem erratas ao programa de governo do país para agradar lados divergentes, o que não haverão de fazer com as aplicações de seus incautos correntistas?
Achei ridícula a campanha que usava a carinha da Regina Duarte dizendo estar com medo, mas confesso que dessa vez quem sentiu medo fui eu. Por sorte logo percebi uma certa... digamos... - intenção nos resultados das pesquisas. Não estou querendo sugerir ter havido manipulação, mas sei que se, por exemplo, alguém pretender um resultado negativo para a Marina numa pesquisa, é só concentrá-la no estado natal da candidata, onde ela mesma reconhece que não seria eleita sequer para presidenta de Associação de Amigos de Bairro.
É Marina Silva quem explica essa realidade com uma versão bíblica do provérbio popular sobre o espeto de pau em casa de ferreiro. Por isso é que não acredito em manipulação de resultados de pesquisas, mas imagino que por alguma eventualidade ou coincidência possa ocorrer dos nichos de realização das pesquisas terem sido inadvertidamente escolhidos.
No entanto, tirante Marina, me pergunto quais as reais vantagens de uma instituição bancária se relacionar tão intima e publicamente com qualquer candidato político?
Natural que um grupo financeiro busque vantagens em participações políticas. Isso já ocorreu incontáveis vezes em todo o mundo e, inclusive, com o próprio Itaú. Desde o início da ditadura militar, o falecido sócio Herbert Levy, radical defensor daquele regime, teceu denúncias falsas contra a COMAL que então era a maior produtora de café do Brasil. Mais tarde o STF, da própria ditadura que Herbert Levy representava, julgou todas as acusações improcedentes, mas até aí o dono da COMAL, Wallace Simonsen, já havia se suicidado sem conseguir suportar as tamanhas e injustas pressões da ditadura a todos seus empreendimentos. Suicídio que muito beneficiou seus concorrentes: um paulista quatrocentão e um judeu, sócios no Banco Itaú.  
Desde aí de diversas maneiras o Itaú ganhou dinheiro com os governos, inclusive com o do PT, numa milionária sonegação de impostos. Esta sendo cobrado, é verdade, mas na ditadura se beneficiaram inclusive com a indicação de Olavo Setúbal para a prefeitura de São Paulo. Mas tanto o Herbert quanto o Olavo nunca permitiram que a imagem da empresa se associasse tão proximamente ao seus poderes políticos. Já Neca Setúbal, como coordenadora da campanha da Marina Silva, permiti que se construa uma íntima identificação entre projetos empresariais e projetos políticos de utilização de uma personalidade frágil, débil e, agora, vitimada. Por quem?
Verdade que Marina procura convencer a opinião pública de que a assessoria da Neca se dá em função de sua formação como educadora. Em que pese as especialidades da descendente dos Souza Aranha Setúbal, a dúvida que não pode deixar de ser suscitada é sobre qual poderia ser a colaboração de uma pedagoga em uma campanha política? Certamente não estará ali para cavar a vaga do Ministério da Educação se Marina eleita for! Mas se esse for o caso, será ainda mais admirável a displicência da candidata que distribui cargos ministeriais em setores de tanta importância como a Educação, a troco de meras colaborações eleitorais! No entanto, se não é o caso, está ali por quê?
Mesmo lembrando que os Setúbal não foram e não são os únicos detentores de instituições financeiras a se valer da ditadura militar para promover o crescimento de suas empresas, também cabe lembrar que nem eles nem outros como Amador Aguiar, do Bradesco, jamais permitiram denotar que que seus projetos empresariais se mesclavam aos projetos políticos. Laudo Natel, o ex contínuo a quem Amador elevou a governador do estado de São Paulo, igualmente indicado pela ditadura, também era dúbio, débil, frágil e franzino; mas nem por isso foi publicamente carregado pelo Bradesco.
Com a Neca Setubal na coordenação da campanha de Marina que agora decai à vitimização, a pergunta que me acorre como cliente do Itaú é se a vitima não serei eu? Por sorte, meus saldos sempre são insignificante e não é nisso que se justificam meus medos de Regina Duarte. Era pelo Brasil mesmo, mas já passou e agora me sinto aliviado, lamentando apenas pela gerente da agência do Itaú onde tenho conta, mas suas lágrimas não me convencerão de jeito algum!
P.S.: Escrevi esse comentário e, por acaso, antes de distribuí-lo recebo esta confirmação ao que pretendi demonstrar aqui:
 
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