Riqueza de 32 pessoas na América Latina equivale a da metade da população mais pobre da região junta
A desigualdade econômica
crescente na América Latina e Caribe é um dos principais fatores que
impedem a redução da fome e da pobreza, de acordo com a Organização das
Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO). O assunto foi discutido em seminário de especialistas internacionais na Colômbia.
A reportagem foi publicada por EcoDebate, 04-12-2015.
O seminário revisou as principais políticas públicas de redução da pobreza rural, da fome
e de enfrentamento dos principais desafios dos governos, ressaltando a
importância de políticas redistributivas que impulsionem o
desenvolvimento inclusivo.
A diretora da organização não governamental OXFAM na Colômbia, Aida Pesquera, destacou que apenas 32 pessoas na América Latina acumulam a mesma riqueza do que metade da população mais pobre da região.
“O sujeito principal da pobreza na região são os camponeses, mulheres e indígenas”, afirmou Bernardo Kliksberg
durante apresentação, acrescentando que não há justificativa possível
para a fome, “já que o mundo produz alimentos para mais de 10 bilhões de
pessoas”.
Ainda que a América
Latina e Caribe tenham reduzido a fome de 66 milhões de pessoas para 34
milhões, comparando o ano de 1990 até a atualidade, segundo dados da FAO, a região continua sendo uma das mais desiguais do mundo.
Os especialistas
destacaram, no entanto, a necessidade de se levar em consideração as
diferentes localidades da região, principalmente as rurais, em que a subnutrição continua sendo o principal desafio de desenvolvimento sustentável.
As mulheres e os povos
indígenas são grupos prioritários que requerem políticas públicas
especialmente desenhadas para eles, segundo o órgão da ONU.
“É necessário mudar o
enfoque direcionado às comunidades como beneficiárias dos programas
sociais para um papel de maior protagonismo local em que assumam a
gestão do seu próprio desenvolvimento”, explicou Alejandro Flores, coordenador do programa nacional da FAO para a redução da pobreza rural.
O órgão das Nações Unidas colocou o desenvolvimento rural territorial e a agricultura familiar
como prioridades para a América Latina e Caribe por meio da Iniciativa
Regional Agricultura Familiar e Desenvolvimento Rural Territorial.
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