sábado, 5 de novembro de 2016

PETROBRAS - A venda de ativos, leia-se, a privatização da Petrobras.

E o Pedrinho fica mandando cartinhas para os funcionários.


Com Parente, Petrobras acelera na contramão



Autor: Rogério Lessa



No momento em que a Petrobras, sob administração de Pedro Parente, anuncia a venda de sua participação em usinas de álcool, as notícias dão conta de que este setor figura entre os mais estratégicos para as concorrentes.
“O etanol de cana somado ao produzido a partir do milho representa hoje 82% do mercado de biocombustíveis. Juntos, Brasil e Estados unidos dominam 90% desse mercado. É um equívoco total, revelando má fé ou absoluta falta de estratégia afastar a Petrobrás da produção de biocombustíveis”, critica o ex-deputado federal Ricardo Maranhão, que é conselheiro da AEPET.
“A Shell, por exemplo, abandonou investimentos em energia solar e eólica para apostar todas as fichas no etanol brasileiro”, comenta. Maranhão lembra que, em 2010, a multinacional anglo-holandesa se associou à brasileira Cosan numa joint venture de R$ 40 bilhões que deu origem à empresa Raizen (hoje a principal fabricante de etanol de cana-de-açúcar do Brasil e maior exportadora individual de açúcar de cana no mercado internacional) numa operação que mudou o mapa energético mundial.
“Na época, Peter Heijen, analista do setor petróleo em Amsterdã, Holanda (sede da Shell), disse se tratar de ‘um negócio fantástico, que faz todo sentido’, para a Shell, é claro”, completou o ex-deputado federal.
Já o presidente da Shell no Brasil, Vasco Dias, afirmou que o Brasil hoje “é o centro da estratégia de biocombustíveis” da empresa. Não é para menos. A agência americana de proteção ambiental classificou o etanol de cana brasileiro como combustível limpo, classificação que abre as portas desse produto aos 40 mil postos que a Shell detém no mundo inteiro, com receita de US$ 278 bilhões anuais. 
“Tanto que, para o dono da Cosan, Rubens Ometto, a associação com a Shell formou o dream team (time dos sonhos) do etanol”, completa Maranhão, lembrando que o etanol de cana-de-açúcar diminui em 61% as emissões de CO2 na atmosfera, enquanto o produzido a partir do milho reduz essas emissões em apenas 21%.
“Em 2015, quando por sinal o Próalcool completou 40 anos, o consumo mundial de etanol cresceu 37,5%, enquanto a demanda por gasolina regrediu 7,3% no mesmo período”, resumiu o ex-deputado federal, que também já presidiu a AEPET.

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