terça-feira, 21 de março de 2017

POLÍTICA - Gilmar disse o óbvio. Por que não disse antes.


Gilmar reclama de vazamento da lista. Tem camburão pra jornalista revelar fonte?

jaula
Tomara que o Ministro Gilmar Mendes não use os mesmos métodos que o juiz Sérgio Moro usou com Eduardo Guimarães, senão vai precisar de uma megaoperação da Polícia Federal para carregar os coleguinhas todos para serem “obrigados a revelar a fonte” de onde partiram as informações sob a lista de inquéritos pedidos pelo Procurador Geral Rodrigo Janot a partir dos depoimentos de executivos da Odebrecht.
Diz o Valor que o “big boss” do STF exigiu que a PGR preste “explicações ao Supremo sobre os fatos, que considerou criminosos”. Gilmar valeu-se da coluna da ombudsman da Folha, Paula Cesarino Costa onde se relata que representantes do Ministério Público Federal se reuniram com jornalistas para repassar informações sigilosas numa espécie de “entrevista coletiva em off”, “com a garantia de que as fontes das informações não seriam identificadas nas reportagens”.
“Parece ser regra, e não exceção, vazar coisas em sigilo. É uma caça de escândalo, uma vocação para a espetacularização. A imprensa dá pouca relevância ao fato de que, quando praticado por funcionário público, vazamento é conhecido como crime. Mais grave ainda é esta prática ocorrer dentro da estrutura da PGR ­ isso é constrangedor”, afirmou o ministro. Gilmar disse, ainda, que os servidores que promoveram o encontro “em off” com repórteres cometeram “abuso de poder” e “não são dignos de ocupar cargos públicos, porque foram irresponsáveis”. O vazamento, para o ministro, “desmoraliza” o Supremo.
Quando a subprocuradora Ela Wiecko, presente à reunião da 2a. Turma do STF onde o comentário foi feito,  tentou argumentar que “a mídia faz investigação, sim, e tem acesso, não sei como, a muitas informações, estabelecendo o momento em que colocam essas notícias a público”, Gilmar ironizou:
“Não vou acreditar que a mídia teve acesso a partir de sessões espíritas”.
Uma Justiça que depende de Gilmar Mendes para dizer o óbvio e pedir o respeito à lei está mesmo mal, muito mal.

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