O senhor Breno Altman acaba de dizer, agora pela manhã, que o Rio de Janeiro está causando problema para o Brasil. Foi imediatamente corrigido pela apresentadora do 247 que disse que não é o Rio mas sim a esquerda do Rio que causa problema para o Brasil. Todos sabemos que existe a pilantragem, existe a covardia mas existe também a preguiça de pensar e o analfabetismo político crasso na análise política que alimenta as redes sociais. Analisar cenário político carece de investimento e acima de tudo de coragem. O problema do Rio de Janeiro não é esse lugar lindo e maravilhoso, tampouco a esquerda que nele habita dita assim preguiçosamente de forma genérica. O problema do Rio de Janeiro é um só: ranço de classe. A capital nacional da Globo talvez seja o único lugar do Brasil onde o preconceito de classe está entranhado em quase todas as mentes e corações: da direita bolsanarista chique de Ipanema que odeia pobre à esquerda liberal progressista de Laranjeiras e sua enorme dificuldade de compreender a vida nesse lugar tão desigual para além do que o narciso enxerga no espelho. Sabem por quê? Porque o que move essa parte da população que a jornalista do 247 chama de "esquerda" é uma pauta 100% moral: seja na liberdade dos costumes, seja no moralismo político mais execrável. Esse tipo de visão, de olhar sobre o mundo, não é privilégio da direita bolsonarista descolada de Ipanema e do Leblon. Ele está também na juventude e na coroada hippie PSOL, passa pela academia, pelos auditórios da Globo, por sofás de artistas e intelectuais e vai chegar, quer queiramos ou não olhar para isso, até parte da militância petista, como perplexos muitos estão podendo constatar agora. Portanto, o problema do Brasil para a campanha de Lula, nesse momento, não é o Rio de Janeiro, também não é a esquerda do Rio de Janeiro, mas sim o ranço de classe estrutural. o moralismo com olhar limpinho e cheiroso de Zona Sul que está na base da sustentação daqueles que rifam o candidato ao senado do próprio Lula pra injetar força na candidatura de um rapaz bem vestido, mais palatável, como 'disse' Breno Altman, com família no Leblon, uma agenda moderna que faz sucesso na Globo e seu histórico de combate à corrupção que ajudou a manter o nosso presidente mais de quinhentos dias na cadeia. O que ela chama de "esquerda" tem nome: preconceito fodido de classe e moralismo político babaca de classe média burguesa que "se acha" mas que vive perdida, circulando em torno do próprio umbigo e ajudando a perpetuar aquilo que acredita combater. #13nelestodos
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