quarta-feira, 23 de novembro de 2022

Confundiram com a bandeira de Pernambuco.

 


Jornalista retido no Qatar por trazer bandeira do Pernambuco

A segurança de um dos estádios confundiu a bandeira daquele estado brasileiro com a bandeira arco-íris da comunidade LGBTI+. Jornalista filmou e a polícia só lhe devolveu o telemóvel após apagar o vídeo.
Foto do incidente com a bandeira na mão de um polícia do Qatar.

A "caça ao arco-íris" por parte da polícia e segurança junto aos estádios no Qatar, um país onde a homossexualidade é proibida e punida com prisão, teve esta terça-feira um momento caricato, protagonizado por algumas voluntárias brasileiras e o jornalista Victor Pereira.

Ao exibirem a bandeira do estado do Pernambuco, que contém um arco-iris com três cores, foram rodeados por elementos da segurança, que lhes retiraram a bandeira, atirando-a ao chão e pisando-a. O jornalista filmou tudo, mas os seguranças apreenderam-lhe o telemóve e só o devolveram quando apagou a gravação que tinha feito momentos antes.

"Isto é absurdo porque a gente tem autorização d FIFA para filmar absolutamente tudo aqui no estádio", afirmou o jornalista num vídeo publicado em seguida nas redes, sem esconder o nervosismo pela situação por que passou. Outras pessoas aproximaram-se do local e amenizaram a situação, com os seguranças a devolverem também a bandeira quando comprovaram a confusão que tinham feito.

Este é o caso mais recente da perseguição a vestuário e bandeiras que contenham arco-iris, depois de a própria Fifa ter ameaçado os capitães das seleções com a mostragem de cartões amarelos no início dos jogos se envergassem braçadeiras com o arco-iris. À entrada do jogo do País de Gales com a Inglaterra, uma adepta e ex-jogadora de futebol foi impedida de entrar com um chapéu com as cores do arco-iris, com a segurança a dizer que se tratava de um símbolo proibido.

Também o jornalista Grant Wahl, da CBS norte-americana, teve a mesma sorte quando tentou entrar no mesmo jogo com uma t-shirt com um arco íris. Wahl foi retido durante 25 minutos pelos seguranças, com um deles a arrancar-lhe o telemóvel das mãos quando tirava uma selfie com a t-shirt vestida. A situação só ficou resolvida com a chegada de um oficial superior, que pediu desculpas e o deixou entrar.

Um dos seguranças disse-lhe que só o estavam a tentar proteger dos adeptos presentes no estádio, que o podiam atacar ao vê-lo assim vestido, um argumento também usado pelo chefe do departamento de contraterrorismo do Qatar antes do Mundial, ao afirmar numa conferência de imprensa que ele próprio iria tirar as bandeiras arco-íris que encontrasse por estas razões supostamente altruístas.

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