Quem são, onde criam seu rebanho e quais as violações ligadas a 10 dos maiores pecuaristas brasileiros |
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Levantamento inédito da Repórter Brasil revela quem são os fazendeiros que fizeram fortuna desmatando a Amazônia. Dos dez megapecuaristas brasileiros, nove têm ao menos uma fazenda de gado na Amazônia Legal e seis deles criam todo seu rebanho no bioma. Juntos, os dez nomes, famílias ou grupos empresariais somam R$ 640 milhões em multas ambientais e colecionam praticamente a área da cidade de São Paulo inteira de embargos por desmatamento ilegal. Autuações por trabalho escravo aumentam a lista de infrações de cinco destes fazendeiros. Visite o especial "Nome aos bois" e veja a relação completa.
Além de violações trabalhistas e ambientais, esses magnatas compartilham excentricidades que ajudam a entender como chegaram até aqui. A maior parte é herdeira de terras compradas com incentivo da ditadura militar; embora influentes, alguns são praticamente anônimos; há investigados por corrupção e muitos fazem parte de famílias bilionárias. A fazenda de um deles tem o tamanho de Portugal, com escola e viaduto particulares. |
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Na lista estão os grupos Agro SB e Bom Futuro, as famílias Vilela de Queiroz e Quagliato, as empresas Agropecuária Rodrigues da Cunha, Rio da Areia, Jacarezinho e Roncador, o empresário Claudiomar Vicente Kehrnvald e a Fazenda Nova Piratininga – apenas esta não tem infração ambiental ou trabalhista.
Na prática, há boas chances de que o seu churrasco tenha relação direta com o desmatamento da Amazônia, já que 43% de toda população bovina do país está ali. Se nada for feito, o crescimento da pecuária na região pode desmatar por ano 10 mil km² – ou seja, até 2030, uma área equivalente à da Irlanda, segundo cálculos feitos por Paulo Barreto, pesquisador associado do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). |
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Além do especial "Nome aos bois", a Repórter Brasil publicou outras investigações exclusivas que revelam a relação entre a pecuária e desmatamento. A JBS comprou, entre 2018 e 2022, quase 9.000 cabeças de gado criado em fazendas de uma quadrilha de desmatadores de Rondônia. A empresa reconheceu que houve conivência de seus próprios funcionários no esquema.
A reportagem também flagrou fogo em área desmatada ilegalmente dentro de propriedade fornecedora da JBS, cujo monitoramento foi insuficiente para barrar negócios mesmo após inúmeras autuações e embargos das autoridades ambientais. |
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Trabalho escravo na construção civil aproxima Catar e Brasil |
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Enquanto as atenções se voltam às partidas da Copa do Mundo da Fifa de futebol masculino, os trabalhadores que ergueram os estádios relatam rotina de trabalho forçado baseada na cultura do medo e da xenofobia – 90% dos 2,8 milhões de habitantes do país vieram de outras regiões. Além disso, os operários relatam um esforço dos empregadores para escondê-los durante as inspeções da Fifa e a ocorrência de mortes.
Grandes obras facilitam a ocorrência de infrações e falta de compromisso com a segurança e dignidade dos trabalhadores. No Brasil, em 12 anos, foram resgatados 2.742 profissionais da construção civil de situação análoga à escravidão. O pico de resgates aconteceu em 2013, quando o país realizou um grande investimento em obras de desenvolvimento e infraestrutura para receber a Copa do Mundo (2014) e as Olimpíadas do Rio (em 2016) e também no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento. |
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Dois anos após serem resgatados de uma oficina de costura, uma família boliviana voltou ao trabalho exaustivo, das 7h até 1h da madrugada, com serviços informais que pagam no máximo R$ 3 por peça de roupa. Sobrevivem com a ajuda de doações, serviços que prestam para uma ONG e auxílio social.
Revelamos também que uma carvoaria parceira da francesa Vallourec foi flagrada com trabalho escravo em Minas Gerais. |
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