O primeiro carnaval sem as restrições impostas pela covid-19 finalmente chegou. Mas os dias de festa foram ofuscados por uma das maiores tragédias recentes do país, que devastou o litoral norte de São Paulo. Em São Sebastião, de acordo com dados divulgados até esta sexta-feira (24), eram 50 mortos e 4 mil pessoas sem ter onde morar após a chuva recorde que atingiu a região no final de semana.
Diferentemente do que aconteceu em dezembro de 2021, quando Bolsonaro seguiu em férias mesmo após as enchentes registradas na Bahia terem deixado 24 mortos e meio milhão de pessoas afetadas, o presidente Lula interrompeu sua folga para visitar a região, se encontrando com o governador paulista Tarcísio de Freitas. Aliás, o governo que passou também tem seu quinhão de responsabilidade: as ações para prevenção e resposta a desastres naturais tiveram, entre 2013 e 2014, valores que ultrapassaram R$ 3 bilhões, enquanto em 2021 os recursos chegaram a apenas R$ 1,1 milhão, pior previsão de investimento dos últimos anos. Confira mais dados aqui.
Mas a catástrofe também tem outros responsáveis. Especialistas ouvidos pelo Brasil de Fato apontam que é necessário planejamento e ações articuladas contra novas tragédias, já que temporais e eventos extremos como este devem se tornar mais frequentes. "Essa ameaça está aumentando em todo o mundo como consequência do aquecimento global. O risco climático está aumentando no presente e, no futuro, com as mudanças climáticas, pode ser maior”, pontua o climatologista e meteorologista José Marengo. Dá uma olhada na análise completa.
O fato é que o país poderá (e deverá) assumir um papel de protagonista nas ações de combate às mudanças climáticas. O secretário executivo do Observatório do Clima, Marcio Astrini, falou ao Central do Brasil sobre o assunto, alertando sobre os impactos negativos do ponto de vista social. "Mudança climática é uma fábrica de gerar pobreza e desigualdades sociais. Quem paga a maior parcela da conta por todo esse desequilíbrio climático são as populações mais pobres. E com um detalhe: essas populações são as que menos causaram esse problema".
O vídeo da entrevista está aqui e o texto, aqui.
Menos trabalho, mais qualidade de vida
E enquanto no Brasil a luta histórica das centrais sindicais é pela redução da jornada de trabalho semanal para 40 horas, no Reino Unido foi realizado um teste da proposta de quatro dias semanais sem redução nos salários. E os números mostram que a experiência foi bem-sucedida: 91% das empresas que participaram da testagem de seis meses querem manter o modelo.
Além do evidente ganho em bem estar e tempo livre para os trabalhadores, a proposta também pode ajudar a reduzir o desemprego e proteger o meio ambiente. Quer saber mais? Dá uma olhada lá no portal.
A internet de Elon Musk e o garimpo ilegal
E se você não leu, não deixe de conferir matéria do BdF mostrando que a internet da Starlink, aquela do bilionário Elon Musk, é comercializada em grupos virtuais de garimpeiros ilegais na Terra Indígena Yanomami, em Roraima.
Embora a comercialização seja proibida nos termos de uso da Starlink, uma antena é revendida por até R$ 9,5 mil, valor quase quatro vezes maior que o preço cobrado no site da empresa para a região. Líderes indígenas e especialistas apontam que a internet foi vital para que a atividade ilegal alcançasse a escala atual no território Yanomami, aumentando a "produtividade" da atividade. Veja mais na reportagem do portal.
Um ano de guerra
Neste 24 de fevereiro também se registrou um ano da guerra que envolve Rússia e Ucrânia, mas que também traz junto a ação de boa parte do Ocidente, em especial os Estados Unidos e seus mais leais aliados.
Segundo a ONU, mais de 8 mil civis morreram e 13.287 ficaram feridos em função da guerra, mas os números reais podem ser bem maiores. Relembre como o conflito chegou até aqui e quais são os interesses envolvidos nesta reportagem especial.
Boa leitura e boa semana,
Glauco Faria
Editor chefe
Nenhum comentário:
Postar um comentário