sexta-feira, 26 de setembro de 2008

MÍDIA - A imprensa dos EUA e Lula.

Infelizmente a nossa grande imprensa procurou esconder a aceitação do excelente discurso proferido pelo Lula, na abertura da Assembléia das Nações Unidas.

Bruno Garcez
Enviado especial da BBC Brasil a Nova York

O presidente Lula deu palpites na campanha americana

(…) Lula disse acreditar que o período neoliberal ''está encerrado porque (a crise) demonstra que também no sistema financeiro é preciso ter seriedade, é preciso ter ética, não é apenas o cidadão comum que tem que ser ético''.

Os puxões de orelhas do líder brasileiro ao longo de sua estadia de três dias não se limitaram ao sistema financeiro. Lula também desferiu golpes contra os Estados Unidos e o presidente George W. Bush e ainda deu palpites na campanha eleitoral americana.

''O ideal é que os dois candidatos pudessem assinar uma carta ao povo americano, como a que eu assinei ao povo brasileiro em 2002, assumindo um compromisso para dar tranqüilidade ao povo americano e tranqüilidade para o mundo como um todo'', afirmou.

O presidente também procurou colocar o Brasil em um papel de protagonista no contexto internacional (…)

''Eu cobrei do G8, cobrei do FMI e do Banco Mundial que estava na hora de eles se manifestarem, porque quando é um país pequeno que tem crise, todos eles dão palpite. Quando é a maior economia do mundo que entra em colapso, a gente não vê nenhum palpite deles.''

(…) Se à primeira vista os comentários e ações do líder brasileiro poderiam dar a impressão de meras bravatas, a mídia americana tratou as observações de Lula com destaque e até reverência.

Para o New York Times, o discurso de Lula na abertura da cúpula da ONU, no qual o presidente afirmou que "o ônus da cobiça desenfreada não pode cair impunemente sobre todos" refletiu o tom do encontro.

O Wall Street Journal destacou que Lula defendeu a criação de um sistema que previna o sistema financeiro mundial de ser vítima de futuros abusos.

O jornal também definiu o presidente brasileiro como um ''defensor do meio termo entre capitalismo e socialismo'', e, em tom menos lisonjeiro, como um líder que ''anda em uma corda bamba entre as práticas da ortodoxia econômica e o financiamento de programas sociais populistas''. (...)

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