quarta-feira, 29 de outubro de 2014

POLÍTICA - O "mercado" quer pautar a Dilma.

Terceiro turno: A tentativa de enfiar o “mercado” goela abaixo de Dilma


 

Sobre a crise econômica que a mídia brasileira turbinou nos meses que antecederam a eleição:

Ô Adriana, a situação é completamente diferente [de 2002]. Quando o presidente Lula, em 2002, foi eleito e tomou posse em 2003, nós tinhamos no Brasil uma taxa de desemprego de 11,4 milhões pessoas. O salário vinha de uma trajetória de queda. Hoje nós temos uma situação de elevado emprego e os salários estão com ganhos reais.
O que eu acredito é o seguinte: nós temos de tomar algumas medidas. Agora, não são daquele tipo [corte de gastos, contingenciamento]. A situação conjuntural, econômica e política é outra, completamente diferente.
Nós temos 376 bilhões de dólares de reserva, naquela época a nossa situação de fragilidade era muito grande, extremamente elevada a fragilidade, porque a gente tinha 37 bilhões de dólares de reserva, qualquer flutuação do dólar nós não teríamos como honrar nosso compromisso porque nossa dívida era maior que a quantidade de reserva que possuíamos.
Hoje nós temos 77 bilhões além do necessário, ou seja, somos credores. Além disso, outra situação caracteriza o Brasil, ao mesmo tempo em que está havendo este processo que você descreveu [queda da Bovespa], nós temos uma das maiores entradas de investimento direto externo, em torno de 65 bilhões de reais, se você computar toda e entrada de capitais, chegamos a 77 bilhões.
Sobre o terceiro turno via investigação da Petrobras:
Não acredito em terceiro turno porque quem tentar estará fazendo um desserviço ao País. Uma eleição num País democrático ganha quem conquista a maioria. No que se refere ao escândalo da Petrobras, eu vou investigar, eu vou me empenhar, doa a quem doer, não vai ficar pedra sobre pedra, e eu quero todas as questões relativas aos casos de corrupção às claras.
Eu tenho uma indignaçao com o que fizeram nesta última semana de campanha. Eu sou uma pessoa com uma trajetória política e uma integral dedicação à coisa pública. Jamais em toda minha vida houve uma única acusação.
Eu não vou deixar esta acusação ser… passada a eleição você esquecer as acusações. Eu não. Eu vou me empenhar ainda mais pra que isso seja revelado, entendido e que fique claro quem são os responsáveis, doa a quem doer. Antes de quererem investigar, eu quero investigar, eu quero saber.
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Sobre a mídia ter ‘esquecido’ a crise da água em São Paulo:
Você sabe que eu fico pensando como é que é possivel a gente ficar olhando só detalhes desta eleição [a derrota por 7 milhões de votos em São Paulo]. Você poderia me perguntar também porque eu tive 11 milhoes de votos de diferença no Nordeste.
Eu acredito que essa eleição mostra algumas características do Brasil muito instigantes. Eu acho que houve uma grande transformação no Brasil nos últimos 12 anos. Eu não atribuo minha eleição apenas ao fato de que pessoas melhoraram de vida, pessoas cresceram, pessoas tiveram pela primeira vez chance.
Igual ao motorista que subiu ao teto do ônibus [no Recife] e gritava: eu consegui fazer o Prouni. Ele estava no último ano de Direito. Ele gritava, ia virar advogado. De motorista a advogado. Eu acho que isso explica uma parte. Mas, por exemplo em São Paulo nós estamos enfrentando a maior crise de água do Brasil.
Até as vésperas do primeiro turno ninguém tocava nesse assunto, com exceção dos candidatos de oposição. Se fosse com qualquer governo da situação, nos seríamos criticados diuturnamente.
Me explica como e porque uma crise daquela proporção não se reflete numa campanha eleitoral? Eu não compreendo, tenho muita dificuldade de compreender. Posso atribuir ao fato dela não ter sido iluminada. Os refletores não foram colocados na crise.
Pela mídia?
Por mim é que não foi. Acho que não houve uma informação correta pra população de São Paulo.
PS do Viomundo: Os derrotados de 2014 começam a plantar nomes de futuros ministros da Fazenda. Primeiro, na GloboNews. Depois, na Folha. É o terceiro turno em andamento. A direita quer porque quer emplacar alguém no segundo cargo mais importante do Executivo.

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