A história do doleiro que a mídia não contou
A mídia escondeu a verdeira história do doleiro.
Alberto Youssef foi condenado em 2004, pelo mesmo juiz Sergio Moro, do Paraná, por corrupção.
Segundo a Ação Penal movida contra Youssef, ele obteve um empréstimo de US$ 1,5 milhão, em 1998, numa agência do Banestado, banco público do Paraná, nas Ilhas Cayman.
No processo de delação premiada da época, Youssef confessou que internou o dinheiro no Brasil de forma ilegal, ao invés de fazê-lo via Banco Central.
Mas negou que tenha pago propina a um executivo do Banestado. Segundo o doleiro, a condição imposta para o Banestado liberar o dinheiro para sua empresa, a Jabur Toyopar, era fazer uma doação para a campanha de Jaime Lerner, do então PFL (hoje DEM), aliado do PSDB, para o governo do Paraná.
Doação “não-contabilizada”. Caixa 2.
A mídia nunca deu destaque a essa informação.
Alberto Youssef operava para tucanos e demos do Paraná desde a primeira eleição de Jaime Lerner, em 1994. Assim como operou também para FHC e Serra em 1994 e 1998.
O Banestado, um dos bancos mais sólidos do sistema financeiro do país, foi saqueado pelos tucanos na década de 90. Após devastarem as finanças da instituição, o PSDB, que governava o país, iniciou um processo de privatização cheio de fraudes.
O Banestado foi então vendido para o Itaú, pela bagatela de R$ 1,6 bilhão.
Existem acusações de que a privatização do Banestado gerou prejuízo de R$ 42 bilhões aos cofres públicos.
Mas tucanos podem tudo.
Depois de tanta roubalheira, o único condenado foi o mordomo, o doleiro Alberto Youssef, um homem de origem simples que ficou milionário operando para a elite tucana.
Mas a elite tucana é magnânima, e o juiz Sérgio Moro absolve o doleiro após um ridículo acordo de delação premiada, que não resultou em nada.
Este é o Sérgio Moro que a mídia chama de “duro”.
Em agosto deste ano, Youssef é preso outra vez e Moro cancela o acordo anterior de delação premiada do doleiro.
O juiz e a elite tucana tinham outros planos para o doleiro. Ele poderia ser útil numa operação midiática para derrotar Dilma nas eleições de 2014.
O advogado do doleiro, Antônio Augusto Figueiredo Basto, tem profundas conexões com o PSDB. Foi membro do conselho da Sanepar, estatal paranaese que cuida do saneamento do estado, e foi também advogado de doleiros tucanos envolvidos no trensalão.
Os escândalos de corrupção no PSDB paranaense envolvem mais nomes. Em 2001, a Procuradoria de Maringá acusou o prefeito tucano Jairo Gioanoto de desvios superiores a R$ 100 milhões, feitos durante o período de 1997 a 2000. Em valores atualizados, esse montante aproxima-se de R$ 1 bilhão.
E quem aparece nesse escândalo, mais uma vez?
Ele mesmo: Alberto Youssef.
Trecho de matéria publicada na Folha, em 4 de março de 2001:
“Um dos nomes sob investigação, o ex-secretário da Fazenda de Maringá, Luís Antônio Paolicchi, apontado como pivô do esquema de corrupção, afirmou, em depoimento à Jusitça, que as campanhas de políticos do Paraná, como o governador Jaime Lerner (PFL) e o senador Álvaro Dias (PSDB), foram beneficiadas com dinheiro desviado dos cofres públicos, em operações que teriam sido comandadas pelo ex-prefeito Gianoto.
A campanha em questão foi a de 1998. “A pessoa que coordenava (o comitê de Lerner em Maringá) era o senhor João Carvalho (Pinto, atual chefe do Núcleo Regional da Secretaria Estadual de Agricultura), que sempre vinha ao meu gabinete e pegava recursos, em dinheiro”, afirmou Paolicchi, que não revelou quanto teria destinado à campanha do governador -o qual não saberia diretamente do esquema, segundo ele.
Quanto a Dias, o ex-secretário disse que Gianoto determinou o pagamento, “com recursos da prefeitura”, do fretamento de um jatinho do doleiro Alberto Youssef, que teria sido usado pelo senador durante a campanha.
“O prefeito (Gianoto) chamou o Alberto Youssef e pediu para deixar um avião à disposição do senador. E depois, quando acabou a campanha, eu até levei um susto quando veio a conta para pagar. (…) Eu me lembro que paguei, pelo táxi aéreo, duzentos e tantos mil reais na época”, afirmou.”
Todas as histórias que envolvem o doleiro Alberto Youssef e seus advogados desembocam em escândalos tucanos: Banestado, caixa 2 de campanhas demotucanas na década de 90, desvios em Maringá, trensalão.
Todavia, na última hora, os tucanos e a mídia levaram um susto.
Houve uma fissura na conspirata para prejudicar Dilma, quando apareceu um dos “testas de ferro” do doleiro, o senhor Leonardo Meirelles.
Em depoimento à Justiça, Meirelles acusou Youssef de operar para o PSDB, e de ter como “padrinho” um político de oposição do estado do Paraná, praticando nomeando Álvaro Dias (e confirmando o depoimento do secretário da fazenda de Maringá, citado acima).
Assim que a informação do testa de ferro de Youssef veio à tôna, o advogado do doleiro, Antônio Augusto Figueiredo Basto, iniciou uma operação midiática desesperada para negar que seu cliente tivesse operado para o PSDB. A mídia seguiu-lhe os passos, tentando neutralizar uma informação que poderia atrapalhar os planos de usar o doleiro para derrotar Dilma.
Em segundos, todos os jornais deram um destaque desmedido à “negativa” de Youssef de ter operado para o PSDB.
Só que não tem sentido.
A própria defesa do doleiro, em suas argumentações contra a condenação imposta por Sérgio Moro, pela Ação Penal de 1998, extinta e retomada agora, diz que os US$ 1,5 milhão que ele internou no país em 1998 foram destinados à campanha de Jaime Lerner, candidato demotucano ao governo do Paraná.
Como assim ele não operou para o PSDB?
Youssef operou a vida inteira para o PSDB! Era a sua especialidade!
Tentar pregar uma estrelinha do PT no peito do doleiro não vai colar.
Alberto Youssef é um produto 100% tucano.
Autor: Miguel do Rosário
A mídia escondeu a verdeira história do doleiro.
Alberto Youssef foi condenado em 2004, pelo mesmo juiz Sergio Moro, do Paraná, por corrupção.
Segundo a Ação Penal movida contra Youssef, ele obteve um empréstimo de US$ 1,5 milhão, em 1998, numa agência do Banestado, banco público do Paraná, nas Ilhas Cayman.
No processo de delação premiada da época, Youssef confessou que internou o dinheiro no Brasil de forma ilegal, ao invés de fazê-lo via Banco Central.
Mas negou que tenha pago propina a um executivo do Banestado. Segundo o doleiro, a condição imposta para o Banestado liberar o dinheiro para sua empresa, a Jabur Toyopar, era fazer uma doação para a campanha de Jaime Lerner, do então PFL (hoje DEM), aliado do PSDB, para o governo do Paraná.
Doação “não-contabilizada”. Caixa 2.
A mídia nunca deu destaque a essa informação.
Alberto Youssef operava para tucanos e demos do Paraná desde a primeira eleição de Jaime Lerner, em 1994. Assim como operou também para FHC e Serra em 1994 e 1998.
O Banestado, um dos bancos mais sólidos do sistema financeiro do país, foi saqueado pelos tucanos na década de 90. Após devastarem as finanças da instituição, o PSDB, que governava o país, iniciou um processo de privatização cheio de fraudes.
O Banestado foi então vendido para o Itaú, pela bagatela de R$ 1,6 bilhão.
Existem acusações de que a privatização do Banestado gerou prejuízo de R$ 42 bilhões aos cofres públicos.
Mas tucanos podem tudo.
Depois de tanta roubalheira, o único condenado foi o mordomo, o doleiro Alberto Youssef, um homem de origem simples que ficou milionário operando para a elite tucana.
Mas a elite tucana é magnânima, e o juiz Sérgio Moro absolve o doleiro após um ridículo acordo de delação premiada, que não resultou em nada.
Este é o Sérgio Moro que a mídia chama de “duro”.
Em agosto deste ano, Youssef é preso outra vez e Moro cancela o acordo anterior de delação premiada do doleiro.
O juiz e a elite tucana tinham outros planos para o doleiro. Ele poderia ser útil numa operação midiática para derrotar Dilma nas eleições de 2014.
O advogado do doleiro, Antônio Augusto Figueiredo Basto, tem profundas conexões com o PSDB. Foi membro do conselho da Sanepar, estatal paranaese que cuida do saneamento do estado, e foi também advogado de doleiros tucanos envolvidos no trensalão.
Os escândalos de corrupção no PSDB paranaense envolvem mais nomes. Em 2001, a Procuradoria de Maringá acusou o prefeito tucano Jairo Gioanoto de desvios superiores a R$ 100 milhões, feitos durante o período de 1997 a 2000. Em valores atualizados, esse montante aproxima-se de R$ 1 bilhão.
E quem aparece nesse escândalo, mais uma vez?
Ele mesmo: Alberto Youssef.
Trecho de matéria publicada na Folha, em 4 de março de 2001:
“Um dos nomes sob investigação, o ex-secretário da Fazenda de Maringá, Luís Antônio Paolicchi, apontado como pivô do esquema de corrupção, afirmou, em depoimento à Jusitça, que as campanhas de políticos do Paraná, como o governador Jaime Lerner (PFL) e o senador Álvaro Dias (PSDB), foram beneficiadas com dinheiro desviado dos cofres públicos, em operações que teriam sido comandadas pelo ex-prefeito Gianoto.
A campanha em questão foi a de 1998. “A pessoa que coordenava (o comitê de Lerner em Maringá) era o senhor João Carvalho (Pinto, atual chefe do Núcleo Regional da Secretaria Estadual de Agricultura), que sempre vinha ao meu gabinete e pegava recursos, em dinheiro”, afirmou Paolicchi, que não revelou quanto teria destinado à campanha do governador -o qual não saberia diretamente do esquema, segundo ele.
Quanto a Dias, o ex-secretário disse que Gianoto determinou o pagamento, “com recursos da prefeitura”, do fretamento de um jatinho do doleiro Alberto Youssef, que teria sido usado pelo senador durante a campanha.
“O prefeito (Gianoto) chamou o Alberto Youssef e pediu para deixar um avião à disposição do senador. E depois, quando acabou a campanha, eu até levei um susto quando veio a conta para pagar. (…) Eu me lembro que paguei, pelo táxi aéreo, duzentos e tantos mil reais na época”, afirmou.”
Todas as histórias que envolvem o doleiro Alberto Youssef e seus advogados desembocam em escândalos tucanos: Banestado, caixa 2 de campanhas demotucanas na década de 90, desvios em Maringá, trensalão.
Todavia, na última hora, os tucanos e a mídia levaram um susto.
Houve uma fissura na conspirata para prejudicar Dilma, quando apareceu um dos “testas de ferro” do doleiro, o senhor Leonardo Meirelles.
Em depoimento à Justiça, Meirelles acusou Youssef de operar para o PSDB, e de ter como “padrinho” um político de oposição do estado do Paraná, praticando nomeando Álvaro Dias (e confirmando o depoimento do secretário da fazenda de Maringá, citado acima).
Assim que a informação do testa de ferro de Youssef veio à tôna, o advogado do doleiro, Antônio Augusto Figueiredo Basto, iniciou uma operação midiática desesperada para negar que seu cliente tivesse operado para o PSDB. A mídia seguiu-lhe os passos, tentando neutralizar uma informação que poderia atrapalhar os planos de usar o doleiro para derrotar Dilma.
Em segundos, todos os jornais deram um destaque desmedido à “negativa” de Youssef de ter operado para o PSDB.
Só que não tem sentido.
A própria defesa do doleiro, em suas argumentações contra a condenação imposta por Sérgio Moro, pela Ação Penal de 1998, extinta e retomada agora, diz que os US$ 1,5 milhão que ele internou no país em 1998 foram destinados à campanha de Jaime Lerner, candidato demotucano ao governo do Paraná.
Como assim ele não operou para o PSDB?
Youssef operou a vida inteira para o PSDB! Era a sua especialidade!
Tentar pregar uma estrelinha do PT no peito do doleiro não vai colar.
Alberto Youssef é um produto 100% tucano.
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