Riqueza dos 1% mais ricos supera a de 99% no mundo
Relatório
da ONG internacional Oxfam, divulgado a dois dias do Fórum Econômico
Mundial, em Davos, revela que a desigualdade atingiu níveis alarmantes
em todo o mundo; dados comprovam que o patrimônio do pequeno grupo de
bilionários que compõem o 1% mais rico do mundo, do qual fazem parte
empresários como Bill Gates, Carlos Slim, Warren Buffett e o brasileiro
Jorge Paulo Lemann, já é maior do que a riqueza de 99% da população
mundial; "No ano passado, a Oxfam estimava que isso fosse ocorrer em
2016. No entanto, aconteceu em 2015, um ano antes", destaca a ONG, que
pretende pressionar os líderes presentes em Davos a combater a
desigualdade mundial; uma das medidas propostas é o fim dos paraísos
fiscais.
A
riqueza acumulada por 1% da população mundial, os mais ricos, superou a
dos 99% restantes em 2015, um ano mais cedo do que se previa, informou
hoje (18) a organização não governamental (ONG) Oxfam, a dois dias do
Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça.
"O
fosso entre a parcela dos mais ricos e o resto da população aumentou de
forma dramática nos últimos 12 meses", diz relatório da ONG britânica
intitulado Uma economia a serviço de 1%.
"No
ano passado, a Oxfam estimava que isso fosse ocorrer em 2016. No
entanto, aconteceu em 2015, um ano antes", destaca no texto.
Para
mostrar o agravamento da desigualdade nos últimos anos, a organização
estima que "62 pessoas têm tanto capital como a metade mais pobre da
população mundial", quando, há cinco anos, era a riqueza de 388 pessoas
que estava equiparada a essa metade.
A
dois dias do Fórum Econômico Mundial de Davos, onde vão se encontrar os
líderes políticos e representantes das empresas mais influentes do
mundo, a Oxfam pede a ação dos países em relação a essa realidade.
"Não
podemos continuar a deixar que milhões de pessoas tenham fome, quando
os recursos para ajuda estão concentrados, no mais alto nível, em tão
poucas pessoas", afirma Manon Aubry, diretora dos Assuntos de Justiça
Fiscal e Desigualdades da Oxfam na França, citada pela agência de
notícias France Presse (AFP).
Segundo
a ONG, "desde o início do século 21 a metade mais pobre da humanidade
se beneficia de menos de 1% do aumento total da riqueza mundial,
enquanto a parcela de 1% dos mais ricos partilharam metade do mesmo
aumento".
Para
combater o crescimento dessas desigualdades, a Oxfam pede o fim da "era
dos paraísos fiscais", acrescentando que nove em dez empresas que
figuram entre "os sócios estratégicos" do Fórum Econômico Mundial de
Davos "estão presentes em pelo menos um paraíso fiscal".
"Devemos
abordar os governos, as empresas e as elites econômicas presentes em
Davos para que se empenhem a fim de acabar com esta era de paraísos
fiscais, que alimenta as desigualdades globais", diz Winnie Byanyima,
diretor-geral da Oxfam International, que estará em Davos.
No
ano passado, vários economistas contestaram a metodologia utilizada
pela Oxfam. A ONG defendeu o método utilizado no estudo de forma
simples: o cálculo do patrimônio líquido, ou seja, os ativos menos a
dívida.
A
pequena localidade suíça de Davos vai acolher, a partir da próxima
quarta-feira (20), líderes políticos e empresários para debater a 4ª
Revolução Industrial.
Esta
46ª edição do fórum, que termina em 23 de janeiro, ocorre no momento em
que o medo da ameaça terrorista e a falta de respostas coerentes para a
crise de refugiados na Europa se juntam às dificuldades que a economia
mundial encontra para voltar a crescer e à forte desaceleração das
economias emergentes.
Segundo
o presidente do fórum, Klaus Schwab, a "4ª revolução industrial
refere-se à fusão das tecnologias", principalmente no mundo digital, que
"tem efeitos muito importantes nos sistemas político, econômico e
social".
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