“Reação internacional à fala de Bolsonaro aos embaixadores atinge militares”, diz Janio de Freitas
O colunista da Folha de S.Paulo, Janio de Freitas, publicou um texto na Folha de S.Paulo sobre a reação internacional ao discurso golpista de Jair Bolsonaro (PL) aos embaixadores, ocasião em que ele fez mais ataques contra as urnas eletrônicas. O texto tem o título “Silêncio na desordem”:
(…) Foram apontadas várias ilegalidades no ato de Bolsonaro, mas está mais do que provada a falta de disposição para fazê-lo responder pelos crimes de responsabilidade, de instigação contra as instituições democráticas e, além de outros, abusos de poder.
(…)
A ausência dos comandantes militares na plateia não indicou qualquer restrição deles, mas só cautela com a proibição de militares da ativa em ato político. A reação internacional a Bolsonaro atinge todos militares e, com precisão, o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira.
Para a presunçosa autoimagem militar, a reação interna é descartável. Mas a internacional soaria como um chamado à racionalidade, no entanto improvável por inexistir o pretendido pelo chamado.
Este seria um bom momento, com a ebulição política-eleitoral, para os militares voltarem à tentativa de profissionalização feita por seus antecessores entre o governo Fernando Henrique e a devolução, por mera pusilanimidade, do Ministério da Defesa a militares, feita por Michel Temer. Foi a ocasião para o general Eduardo Villas Bôas levar o Exército de volta ao golpismo, na pretensa condição de força tutelar, sem quaisquer condições para isso além dos fuzis e dos tanques. O bom momento tem sido usado para agravar a distância entre a função legal e a prática nos altos postos militares.
(…)
Obsoletas entre vizinhanças pacíficas, forças militares na América do Sul são uma duvidosa tradição.
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