Seu Durval, um autodidata e gênio da contabilidade, trabalhou por anos numa grande empresa onde teve a oportunidade de levantar suas finanças e fazê-la crescer e prosperar.
Sentindo que já tinha cumprido sua missão, Seu Durval decidiu que era hora de se retirar.
Enfim, chegara a hora do Valter ser admitido no cargo.
Como o Valter era inexperiente, incompetente e totalmente inepto, o chefe passou a disfarçar os balanços escondendo os prejuízos, mas sempre levando algum por fora.
Até que a diretoria começou a perceber o mal que o Valter causara à empresa.
Seu Durval foi convidado a voltar para salvar a empresa, enquanto o Valter fugiu para não ser preso pelas falcatruas que cometeu. O chefe pôs toda a culpa no Valter e recebeu Seu Durval com um grande abraço.
Seu Durval ficou assustado com o que encontrou. As finanças todas fora de ordem, planilhas inconsistentes ou faltando, documentos extraviados, enfim, um caos.
O trabalho de reparação dos males causados pelo Valter demoraria vários meses e a diretoria sabia disso.
Porém, o chefe, ainda sonhando com a volta do Valter para retomarem os esquemas de falcatruas, começou a atacar Seu Durval cobrando-lhe resultados.
“Onde estão os lucros? Não era para levantar a empresa que você voltou?”
Seu Valter tentou explicar que o caos que encontrara era maior do que pensara e que mudanças profundas teriam que ser feitas.
O chefe, então, bradou: “Em vez de ficar reclamando, você deveria apresentar resultados!”
Seu Valter estava há apenas 39 dias no cargo e sabemos que é concedido um prazo de 3 meses para experiência, mas o chefe não quer nem saber disso. Quer seu protegido de volta ao cargo.
A frase proferida pelo chefe é o editorial de hoje de O Globo.
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