Caso se comprovem violações dos direitos humanos nas mortes e desaparições de cidadãos bolivianos em Pando, a Unasul (União de Nações Sul-Americanas) recorreraá aos tribunais internacionais. O anúncio foi feito nesta terça-feira (16) por Alejandro Foxley, chanceler do Chile, país que ocupa a presidência pró-tempore do bloco.
O diplomata fez o anúncio ao comentar uma das decisões adotadas na segunda-feira em Santiago pela reunião de cúpula do bloco continental. A cúpula aprovou um documento de contundente apoio à democracia na Bolívia.
''Caso se comprove ali (em Pando) violações sistemáticas dos direitos humanos, iremos à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), ou a outro lugar, para que se sancione internacionalmente os responsáveis'', disse Foxley na rede estatal de TV do Chile.
O chanceler reiterou que a primeira decisão da Unasul foi ''acompanhar a Bolívia nesse processo de ciálogo com todos os setores, porque na democracia não se exclui ninguém, e, em segundo lugar, investigar o que aconteceu em Pando, que é escandaloso, com 30 mortos e 100 desaparecidos''.
''Nos próximos dias a presidente (Michelle) Bachelet vai chamar vários chefes de Estado, vai formar uma comissão para ir à Bolívia e, com o presidente (Evo) Morales, vai convidar os setores para conversar racionalmente para conquistar a paz'', anunciou Foxley.
Sobre uma eventual viagem de Michelle Bachelet à Bolívia, o chanceler indicou que ''se for necessário que ela vá, será determinado a seu tempo''. Ele destacou o consenso alcançado na Unasul sobre a questão boliviana e explicou o porquê: ''Somos países que em algum momento do passado já vivemos crises como as que a Bolívia vive''.
''Aprendemos duramente a lição: ou você aprende a conviver e a tolerar quem pensa diferente, e a dialogar, ou não pode esperar que a democracia perdure e as pessoas se beneficiem de seus frutos'', agregou.
Com informaçoes da Agencia Boliviana de Información.
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