terça-feira, 9 de setembro de 2008

FERTILIZANTES - Um consórcio para enfrentar o cartel de fertilizantes.

Salutar e muito importante no contexto vivido pelo país, a notícia publicada hoje pela Folha de S.Paulo - com o título Cooperativas do PR formam consórcio para ter insumos, parte de Agrofolha - segundo a qual um grupo de 21 cooperativas do Paraná, que soma 60% do faturamento do setor no Estado, forma, a partir deste mês, o Consórcio Nacional Cooperativo Agropecuário (COONAGRO).

O objetivo do grupo é a cooperação associada nas áreas de investimentos, pesquisas, e desenvolvimento de novas técnicas agrícolas e de comercialização. Mas, além de atuar na área dos fertilizantes, o consórcio tem objetivos mais ambiciosos.

Pretende desenvolver, também, métodos de compra, formulação, fabricação e comercialização de vários insumos agrícolas, de produtos de uso veterinário (em função de grande número de pecuaristas em algumas dessas cooperativas). E atuar na área de importação de defensivos agrícolas e outros insumos, crédito para operações financeiras e até em logística e transportes.

Agronegócio dependente de multinacionais

Importante a formação desse consórcio nesse momento, também, porque o agronegócio brasileiro está muito dependente de algumas multinacionais, responsáveis tanto pelo fornecimento dos insumos quanto pela compra e exportação dos grãos produzidos no país.

O próprio ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, já chegou a denunciar a existência de um cartel em alguns setores do agronegócio e a defender que país busque uma maior produção interna de insumos, reduzindo sua dependência das importações.

Eu também, já por diversas vezes, registrei a mesma queixa nesse blog. O que nos levou - a mim e ao ministro - a tratar da questão e fez nascer esse consórcio paranaense foi o aumento dos preços dos fertilizantes. Alguns componentes dobraram de preço nos últimos 12 meses.

O COONAGRO, portanto, é um sinal dos tempos, de bons e melhores tempos em que o país avança no sentido de enfrentar os cartéis e a dependência de insumos e matérias primas, essa herança nefasta dos anos de neoliberalismo, quando uma política industrial e a substituição de importações ou pesquisa tecnológica viraram palavrões.
Fonte: Blog do Zé Dirceu.

Um comentário:

Anônimo disse...

Esse tal cartel deve ser mesmo muito poderoso, pois os fertilizantes subiram não só no Brasil, mas na China, Índia e nos EUA e no mundo todo...
Vamos acordar gente! O preço dos fertilizantes subiu porque mais gente quer comprar e a produção não aumenta da noite pro dia. Os EUA por causa do milho para fazer etanol, os chineses e indianos por causa da ascensão de uma gigantesca classe média e o Brasil, por causa do preço dos commodities como soja e milho.
Se Lula é tãããão bom assim, o que fez para contornar essa situação? Cooperativa para comprar e vender fertilizantes? Faz me rir. Vão ser mais competentes do que as multinacionais para comprar matéria prima em um mercado desabastecido? Vão vender mais barato? Só se for com prejuízo, ou pior ainda, com SUBSÍDIOS GOVERNAMENTAIS . Com o meu suado dinheirinho, não! Já pago impostos demais e Lula não reduziu um centavo na carga tributária, só fez aumentar.
Boa sorte para nós todos (vamos precisar...)