Apesar dos esforços que Barack Obama está fazendo para não se converter em juiz do conflito hondurenho, Washington transformou-se num verdadeiro campo de batalha entre as forças do golpista Roberto Micheletti e do presidente deposta Manuel Zelaya.
A notícia é de Ana Baron e publicada pelo jornal Clarín, 28-07-2009.
Ontem, enquanto um grupo de hondurenhos procedentes de Miami marchavam na frente da Casa Branca para reclamar que se reconheça o governo de Roberto Micheletti, gritando “democracia sim, comunismo não”, o correspondente do jornal argentino Clarín confirmou que o rascunho do comunicado emitido pelo Exército de Honduras apoiando a proposta do mediador Oscar Arias, foi redigido em Washington, nos escritórios de um senador democrata depois de dias de discussão entre seus assessores e dois jovens coronéis hondurenhos.
“O nome do senador deve ficar no anonimato”, explicou uma fonte do Senado americano, “mas confirmo que o rascunho foi discutido aqui. Temos muito interesse em que o conflito se solucione porque pensamos que se o golpe triunfa, outros países latino-americanos seguirão o mesmo caminho.
A fonte não quis dizer se os assessores do senador atuaram sozinhos ou em coordenaão com a Casa Branca e/ou o Departamento de Estado.
Analistas consultados pelo jornal argentino acreditam que os militares hondurenhos estão divididos entre a nova geração que não viveu a Guerra da América Central e que agora se desvencilhar do golpe e a velha geração que apoiou a destituição de Zelaya.
“Os coronéis hondurenhos que vieram a Washington são muito profissionais, não querem se misturar com a política. Estão chateados porque os EUA cortou a ajuda militar, o que significa menos treinamento, menos recursos”, explicou Vicky Gass, do Escritório da América Latina, em Washington. “Não acredito que o comunicado dos militares hondurenhos reflita o que pensa a cúpula militar”, afirmou Michael Shifter, do Diálogo Interamericano.
Fonte:IHU
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