Protesto une jornalistas da Globo e Record
Por Altamiro Borges
Nesta terça-feira (12), jornalistas da Globo e Record realizarão um
protesto conjunto em frente à sede do Sindicato das Empresas de Rádio de
Televisão do Estado de São Paulo. Eles uniram as suas forças para enfrentar a
intransigência das empresas, que ofereceram apenas 5% de reajuste salarial -
abaixo da própria inflação de 11% nos últimos 12 meses. O protesto será bem
inusitado. Os profissionais já juntaram 70 pares de calçados usados e vão
distribuí-los no local. A ideia foi copiada da manifestação ocorrida em novembro
em Paris, quando os ambientalistas foram proibidos de realizar a Marcha pelo
Clima e dispuseram centenas de sapatos na Praça da República, na capital
francesa.
Segundo Daniel Castro, do site Notícias da TV, "aos
pares de sapatos, tênis e chinelos, os jornalistas de TV de São Paulo vão anexar
etiquetas com o tempo de casa do dono do calçado. A ideia é mostrar aos patrões
que eles ralam a sola do sapato pelas empresas e merecem mais consideração". A
revolta entre os profissionais do setor é grande, garante José Augusto Oliveira,
o Guto, diretor do Sindicato dos Jornalistas. A desculpa apresentada pelas
empresas, de que a crise econômica reduziu seus lucros, não convenceu os
trabalhadores. As emissoras de tevê seguem faturando alto. Somente a TV Globo
teve um lucro líquido de R$ 2,4 bilhões em 2014, o que garantiu aos três filhos
de Roberto Marinho o posto de maiores bilionários do Brasil, conforme recente
ranking da revista Forbes.
Ainda segundo a entidade da categoria, as emissoras de tevê têm demitido
centenas de profissionais e cortado direitos trabalhistas, através do processo
de "pejotização" - do contrato de Pessoa Jurídica. A proposta ridícula de
reajuste de 5% visa reduzir ainda mais os tais custos operacionais para garantir
a alta lucratividade das emissoras. Desde o início das negociações coletivas, em
dezembro passado, as empresas demonstraram total intransigência, recusando-se a
dialogar. Para o presidente do Sindicato dos Jornalistas, Paulo Zocchi, somente
a pressão unitária conseguirá dobrar os patrões. "O mínimo que eles podem
oferecer é a reposição integral da inflação, para que a gente possa se manter em
uma condição de dignidade de vida e de trabalho".
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