domingo, 16 de abril de 2017

POLÍTICA - A má fé do O Globo.

Por Marcelo Auler, em seu Blog - Errar é humano. Persistir no erro, má fé ou burrice. E as Organizações Globo persistem no erro, não por acaso, mas propositalmente. Não é burrice. É má fé, manipulação, desvio de conduta. Querem vender algo que não existe. Matéria de O Globo, com chamada de primeira página na edição deste sábado (15/04):
“Marcelo Odebrecht, dono da empresa, disse que contou à então presidente Dilma que pagara propina a PMDB e PT por contrato na Petrobras. Dilma sempre negou que soubesse. Ex-presidente do Grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht afirmou, em delação premiada, que avisou a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e a ex-presidente da Petrobras Graça Foster sobre pagamentos de propina a políticos do PT e do PMDB por contratos firmados com a empresa“.
O Tijolaço, de Fernando Brito, bem como no Brasil 247, Mário Marona, jornalista que já trabalhou na Globo, já denunciaram a manipulação desta informação. Retiro do blog de Brito:
“Eu pedi para o Cláudio Mello (executivo de Relações Institucionais da Odebrecht e promotor do jantar com Michel no Jaburu), que tinha relação com os caciques do PMDB, para avisar lá, faça chegar no ouvido de Temer que ela (Dilma Rousseff) está desconfiada de que algumas pessoas do PMDB – inclusive ela pode estar desconfiada dele – de que recebeu valores. Eu falei: Cláudio, eu não sei quem foi, agora faça chegar nos ouvidos dele só para ele ficar avisado” (…) Esta é a declaração – literal – de Marcelo Odebrecht sobre uma complicada história de propinas pagas ao PMDB (Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves, os achacadores) num contrato da Odebrecht com a Petrobras, vinculado à Diretoria Internacional da empresa.
Na verdade, a história é outra, mas isso não importa quando os canais da Globo querem torcer fatos. A própria reportagem na página interna do jornal é mais fiel aos fatos do que a chamada da primeira página e a manchete da página 6. Dilma não sabia, como quer passar o jornal aos leitores. Ela soube, assim como Graça Foster, mas bem depois. Ao saberem, tomaram as devidas providencias. Investigaram. Rebaixaram o preço do contrato. Encaminharam tudo ao Ministério Público. E se este não fez nada, não cabe as duas responderem pela prevaricação.
O curioso é que desde quarta-feira, dia 12/04, as rede sociais mostram os fatos como eles aconteceram. Acho que Mário Marona foi o primeiro a detonar tal manipulação, mas Fernando Brito o fez no mesmo dia, como demonstra as fotos das postagens ao lado.
Ou seja, primeiro a GloboNews noticiou de forma errada. Houve o alerta de que estavam manipulando a informação. Mas, neste sábado, o jornal O Globo volta ao assunto manipulando manchete e chamada de primeira página.
A reportagem, como está no pé dela, foi feita com base no noticiário do Jornal Nacional, da TV Globo. O que significa que a falsa notícia foi novamente noticiada pela emissora de TV. Não se pode mais dizer que é erro. É má fé. Manipulação. Mentira.
Por mais que a grande imprensa queira envolver Dilma Rousseff nos chamados “mal feitos” está difícil. Não por outro motivo, em sua página no Facebook, Sérgio Maia Dias faz uma listagens dos motivos que acabaram gerando o impeachment dela. Nada relacionado às tão propaladas pedaladas. Veja na ilustração abaixo o texto “Onde nasce e mora o ódio”.
Na própria matéria publicada em O Globo há o desmentido da chamada de primeira página e da manchete da página. Eis o que diz a jornalista:
“Marcelo Odebrecht, dono da empresa, disse que contou a então presidente Dilma que pagara propina a PMDB e PT por contrato na 
Petrobras. Dilma sempre negou que soubesse. Ex-presidente do Grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht afirmou, em delação premiada, que avisou a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e a ex-presidente da Petrobras Graça Foster sobre pagamentos de propina a políticos do PT e do PMDB por contratos firmados com a empresa“.
Como se vê, o delator levou a questão à presidente Dilma e à presidente da Petrobras. Dilma e Graça só ocuparam estes cargos em 2012, após a eleição da primeira para a presidência da República e a indicação da segunda para a presidência da estatal. Mas, os fatos narrados por Marcelo Odrebrecht, como ele descreveu na delação, ocorreram em 2010. Foi verba para o PMDB na eleição municipal. Dois anos antes. Em negociação com os então deputados Michel Temer e Henrique Eduardo Alves, ambos do PMDB. Temer, inclusive, já admitiu o encontro. Só não admite a negociação. Odebrecht continua na sua delação, conforme descreve a matéria de O Globo:
“Segundo Marcelo Odebrecht, a ex-presidente da Petrobras determinou uma investigação interna sobre o contrato, já que havia desconfiança do PT sobre o pagamento de propina para o PMDB. Após a sindicância, o valor do contrato foi reduzido em 43%. As informações apuradas foram enviadas ao Ministério Público, o que contrariou o empresário”.
Na delação, não foi perguntado, nem explicado, o que contrariou o empresário. O fato de o contrato ter sido reduzido em 43%, o que significa que a propina acabou sendo percentualmente bem maior do que o combinado, ou se o fato de Graça ter comunicado ao Ministério Público. Também não há esclarecimento de qual ministério público – provavelmente o federal – nem, tampouco, que providências foram tomadas à época – 2012. Mas, a matéria continua mostrando o desentendimento de Odebrecht com Graça:
O executivo disse ainda que recebeu uma ligação de Graça Foster, que o questionou sobre o pagamento ao PMDB. Ele teria procurado Márcio Faria, que garantiu que o PT também havia recebido um repasse, também fruto do desvio no contrato. Com a resposta, Marcelo se reuniu com Graça em um hotel em São Paulo:
— Não vou mentir para você. O PT sabia. O Márcio (Faria) me disse que o (João) Vaccari (então tesoureiro do partido) sabia e também recebeu uma parte — teria dito o empresário à ex-presidente da Petrobras durante a reunião.
O empreiteiro disse aos procuradores que sua relação com Graça Foster piorou depois da reunião, incluindo uma troca de e-mails com acusações, que o próprio Marcelo teria enviado a Dilma Rousseff. Na tentativa de mediar o conflito, a ex-presidente teria recebido Marcelo no Palácio do Planalto. Segundo o delator, no encontro, Dilma manifestou preocupação que seu vice, Michel Temer, estivesse envolvido com a propina:
— Ela queria saber se Michel estava envolvido — afirmou o delator.”
Fica claro que Graça e Dilma só souberam dois anos depois da negociação com Temer e Eduardo Alves. Após o dinheiro ter sido pago. E que no PT, quem tinha conhecimento era Vacari Neto, o tesoureiro. O que não significa que ele tenha relatado a outros, menos ainda à Dilma e a Graça. Tanto que ambas se mostraram surpresas e apuraram a história.
Mais ainda, Odebrecht deixa claro que antes de Graça, o então presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, já vinha rejeitando os pedidos da diretoria internacional da empresa, comandada pelo PMDB e que ele, mesmo a contragosto, aceitou o contrato mas abriu a comissão de apuração, aquela que provocou a redução dos valores.
O que não resta esclarecido é o que o Ministério Público fez com a informação. Valeria um esclarecimento público. (abaixo o trecho da delação que Marcelo Odebrecht informa que fez chegar a Temer a informação de que Dilma estava desconfiada, e a parte em que Edson Lobão confessa que recebeu bronca da presidente).

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