Julio Turra
Depois da votação esmagadora a favor de Evo Morales (67%) no referendo revogatório de 10 agosto, seu governo é desafiado e provocado pelos empresários e latifundiários que formam a oligarquia dos departamentos da chamada Meia Lua (Santa Cruz, Tarija, Pando e Beni).
Em 27 de agosto, Evo não pode descer de seu helicóptero em território boliviano, pois os aeroportos de Beni estavam ocupados por opositores. Ele teve que fazer escala em Rondônia para voltar para a capital La Paz!
Os prefeitos (executivos dos departamentos) separatistas, reunidos no Conselho Nacional Democrático (Conalde), organizam bloqueios de estradas. Em Tarija, ele impede a chegada de gasolina e gás até para ambulâncias e viaturas policiais.
Para completar o quadro, na própria La Paz, o Conselho Nacional Eleitoral acaba de decidir, em 1º de setembro, não realizar o referendo sobre a nova Constituição (aprovada por maioria do MAS, partido de Evo) e nem as eleições para prefeitos convocadas por decreto presidencial, alegando irregularidades.
É preciso dar um basta
Por seu lado, o governo, pela voz do vice-presidente Garcia Linera, descarta mudanças na nova Constituição, insistindo que é o povo que deve decidir no referendo de 7 de dezembro. Isso depois de cinco reuniões com os prefeitos em que não houve qualquer acordo.
O momento exige que o governo Evo, com apoio da ampla maioria do povo, imponha sua autoridade sobre todo o território nacional. A trégua com a Central Obrera Boliviana (COB) para abrir a discussão sobre uma nova Lei de Pensões (Previdência) que restabeleça o seu caráter público e solidário, dá uma oportunidade de ouro para forjar a mais ampla unidade para derrotar os que, conspirando com a embaixada dos EUA, querem despedaçar a nação para bloquear as transformações necessárias para a maioria explorada e oprimida.
Comitês de unidade entre as diferentes organizações sindicais,indígenas, populares e juvenis, para defender uma Bolívia unida e o aprofundamento da "agenda de outubro" (nacionalizações, reforma agrária) se colocam como uma necessidade urgente para vencer a provocação separatista.
Fonte:CUT
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