Selvagem e cruel assassinato", conforme uma sobrinha-neta do poeta, Laura García Lorca, que é também presidente da fundação que leva o nome dele. Laura exige, no entanto, que a exumação ocorra de forma discreta, sem se tornar "um espetáculo de mídia".
A exumação de Lorca foi evocada quando descendentes de Galindo González interpelaram a Justiça para terem o direito de transferir seus ossos ao túmulo familiar. A petição está nas mãos do juiz Baltasar Garzón, responsável pela prisão em Londres, em 1998, do ex-ditador chileno Augusto Pinochet (1973-1990).
Garzón é hoje um dos encarregados de fazer um levantamento rigoroso sobre o número de vítimas da Guerra Civil Espanhola (1936-1939), depois da qual começaram os 36 anos da ditadura de Franco.
A exumação de Lorca era também defendida pela Associação para a Recuperação da Memória Histórica. Seu presidente, Emilio Silva, disse "não entender as objeções da família García Lorca". Afirmou também que, a rigor, os demais ocupantes da vala comum poderiam ser retirados, mantendo-se desacompanhados os ossos do poeta. "Não compreendo que tenha sido preciso chegar às vias judiciais para que o problema fosse resolvido", afirmou Emilio.
A sobrinha-neta — que acabou concordando com a exumação antes de o juiz determiná-la — afirmou ontem considerar "infame" a insinuação de que só o pleno conhecimento sobre os sepultados em valas comuns permitiria aprofundar a história do período na Espanha.
Blog: Vermelho.
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