Era de se esperar que as multinacionais, acostumadas em adquirir áreas [verdadeiros filés mignon] nos leilões da ANP, não tenham gostado das regras da 10ª Rodada de Licitações de blocos para exploração de petróleo, marcada para 18 de dezembro deste ano, que oferecerá áreas terrestres. Essas empresas não querem correr riscos, almejam somente os chamados “bilhete premiados”, ou seja, as áreas offshore (no mar), onde a Petrobrás já correu todos os riscos e investiu vultosos recursos para descobri-las, tendo o pré-sal como marco histórico. Por isto, não é de se estranhar os noticiários dos diversos veículos de comunicação dando conta de que, segundo executivos e porta-vozes, essas empresas estejam preparando a desmobilização de seus escritórios no Brasil. Nós brasileiros não devemos derramar nenhuma gota de lágrima sequer por isto, pois o que não poderia acontecer é [como as multis queriam] a desmobilização da Petrobrás e da perda de oportunidade pelo País de resolver suas pendências históricas com o próprio povo brasileiro, verdadeiro dono das reservas petrolíferas nacionais, notadamente as do nosso mar territorial. Agora elas anunciam a possibilidade de voltar seus projetos para outros países, tendo em vista que “desde 2005”, como noticiaram os jornais, “não há oferta de blocos que despertem interesse de estrangeiros”. “Os negócios dessas empresas vão começar a parar. Fazer a 10ª Rodada foi um passo à frente, mas as grandes petrolíferas não virão”, disse Bashir Karim Wakil, consultor de Direito Internacional do escritório Bastos Tigre, Coelho da Rocha Advogados. Chorou também as “pitangas” um lobista de peso das multinacionais no Brasil, o presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), João Carlos de Luca, ao dizer que o “governo poderia ter sido mais generoso (...) o governo poderia ter disponibilizado outras bacias marítimas que atrairiam o grande investidor” ao definir as áreas que serão ofertadas no referido leilão marcado para dezembro próximo.
Lembramos que De Luca é presidente da Repsol-Brasil, atuando no lobismo para multinacionais como Repsol, Shell, Exxon, entre outras. A Repsol, por exemplo, que já foi uma estatal espanhola, passou a pertencer ao grupo privado Santander. Este banco, por sua vez, pertence ao Scotland National Bank Corporation, ou seja, é capital anglo-saxônico. Logo, o choro do presidente do IBP é o choro das multis, que recentemente “invadiram” os meios de comunicações para pressionar o Conselho Interministerial a manter o atual marco regulatório, já ultrapassado diante da descoberta do pré-sal. O que De Luca e outros lobistas precisam entender é que, com o advento do pré-sal, que é resultado de um longo trabalho iniciado com a instituição da Lei 2004/53 e a criação da Petrobrás por Getúlio Vargas, uma nova consciência cresce no sentido de que os interesses nacionais se sobreponham aos interesses das multinacionais – é “uma nova independência”, como muito bem ressaltou o presidente Lula. E mais: o melhor é que não houvesse nenhum leilão... Mas o atual será para empresas que queiram trabalhar. Lembramos, ainda, que o ministro Edison Lobão disse, nesta quarta-feira (03/09), que o “impacto negativo” da decisão de “não ofertar blocos localizados sobre o pré-sal e adjacências”, tem a ver com o fato de as multinacionais e outras empresas privadas não estarem tendo capacidade plena de extração sequer nas áreas já concedidas. (O Globo/Jornal do Commercio/AEPET Notícias/Redação).
Fonte:AEPET.
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