quinta-feira, 4 de setembro de 2008

PETRÓLEO - O que fazer para que o pré-sal seja mesmo nosso.

No momento em que se discute qual será o destino das riquezas do pré-sal, as reservas petrolíferas no litoral brasileiro, é importante que a opinião pública seja informada que graças ao então Presidente Fernando Henrique Cardoso, 60% das ações da Petrobrás estão atualmente sob controle estrangeiro.

Para se ter uma idéia, recentemente o magnata George Soros, especulador histórico, abocanhou 22% do capital da empresa. A Soros Fund Management LLC. comprou as ações quando estas estavam em baixa, numa jogada típica de especulador com informações privilegiadas, ou seja, que joga para obter lucros astronômicos em uma etapa seguinte.

Soros vislumbrou a possibilidade de que os lucros da Petrobrás darão um salto com a reserva petrolífera de Tupi prevista em 34 bilhões de barris. As ações da Petrobrás em poder do grupo Soros se somam a outras na Vale do Rio Doce, antiga empresa estatal doada à iniciativa privada a preço de banana.

De poder todas estas informações e ainda outras a serem checadas, parlamentares poderiam sugerir que o destino das ricas reservas petrolíferas fosse decididas pelo povo brasileiro, ou seja, poderiam defender a realização de um referendo que permitira uma ampla discussão sobre o tema.

Para se ter uma idéia de como o ouro negro é cobiçado vale lembrar que em outras áreas de petróleo no mundo, como o Iraque, por exemplo, para ter o controle dessa riqueza, o governo dos Estados Unidos teve de invadir e ocupar o país. Não faltaram pretextos, como as mentiras sobre as armas de destruição em massa de Saddam Hussein.

Povo pode dar a última palavra
A realização de um referendo sobre as reservas petrolíferas brasileiras esclareceria em definitivo as várias posições sobre o tema. Há os defensores de que as riquezas devem ser compartilhadas pelas multinacionais do setor, por estarem elas em condições de fazer a exploração. De outro lado, os defensores de que o “pré-sal é nosso” argumentam que o Estado brasileiro está em condições de realizar as prospecções necessárias para a extração dos 34 bilhões de barris e ainda mais de outras que aparecerem.

Na Agência Nacional de Petróleo (ANP) , dirigida pelo ex-deputado Haroldo Lima, do PCdoB, a posição é de favorecimento às empresas multinacionais de petróleo. Nesta mesma ANP, a Halliburton conseguiu colocar em um cargo privilegiado o seu antigo gerente em Angola, Nelson Narciso, para comandar os leilões de petróleo e ainda por cima a área que define os blocos de exploração a serem executados.

Como se não bastasse, a Halliburton colocou uma subsidiária gerenciando o banco de dados da Petrobrás, recebendo todas as informações estratégicas da empresa, segundo ainda Fernando Siqueira. Ou seja, a Halliburton, de mão beijada, recebe relatórios permanentes sobre as riquezas descobertas e outras ainda em estudos.

ANP facilita ação das multinacionais
O que deve ser perguntado, inclusive ao ex-deputado Haroldo Lima, é por que a ANP permite tanta facilidade à Halliburton, uma empresa poderosa, que tem como um dos seus diretores Dick Cheney, licenciado pró-forma, ocupando a vice-presidência dos Estados Unidos, e que conseguiu ampliar o seu raio de ação no Iraque. Cheney foi um dos maiores defensores da invasão e ocupação do país árabe rico em petróleo.

De posse de todas as informações necessárias para formar um juízo sobre o tema, inclusive em relação à legislação flexibilizada pelo então presidente Cardoso que permitiu a aquisição de ações por estrangeiros, especuladores ou não, os mais de 110 milhões de brasileiros aptos a votarem seriam chamados para decidir se o petróleo do pré-sal é nosso ou será entregue de mão beijada para as multinacionais do setor, como quer Haroldo Lima e outros setores que ocupam posições importantes no governo Lula.

O referendo inclusive esclarecerá de uma vez por todas se a retórica de alguns, inclusive do Presidente Lula, em defesa das riquezas do pré-sal é mesmo para valer, ou apenas uma posição para a platéia.

Possivelmente muitas vozes se levantarão contra a proposta de um referendo, sobretudo dos setores que defendem a continuação da entrega das riquezas brasileiras às multinacionais.
Fonte: Fazendo Média.

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