segunda-feira, 22 de setembro de 2008

PORTUGAL - Fundador do "Primeiro Comando" diz que tudo era brincadeira.

Imagem da reportagem da RTPA RTP entrevistou MC Didado, assumido fundador do "Primeiro Comando Português", que explica que tudo não passou de uma brincadeira de jovens que queriam fazer as próprias festas e nega qualquer ligação com o crime. Ao jornal Correio Brasiliense, o jovem também refutou qualquer comparação com a organização criminosa brasileira Primeiro Comando da Capital (PCC).

Segundo Mc Didado, "pegaram um vídeo no YouTube que tinha a gente brincando e colocaram de uma forma provocativa, dizendo que éramos uma fotocópia do PCC", explicou.

A manchete da edição de sexta 19 do Correio da Manhã afirmava: "Máfia das favelas entra em Portugal". O artigo sustentava que jovens das favelas do Brasil tinham criado em Portugal (Setúbal) uma organização afecta ao Primeiro Comando da Capital, organização criminosa do Brasil, que adoptara o nome de Primeiro Comando Português e era responsável pelo aumento da criminalidade violenta em Setúbal. A reportagem teve ampla repercussão em todos os média.

À RTP, o jovem disse que alguns dos integrantes do grupo que gostam de Hip Hop fizeram uma gravação no Youtube, "com fotos da gente brincando em festas que a gente fazia." Reconheceu que nessas fotos apareciam facas, "mas toda a festa de brasileiro tem churrasco." Foram essas fotografias que foram publicadas "de forma provocativa como se a gente fosse marginais..." A música que foi apresentada como o hino do Primeiro Comando Português "é de um cantor do Brasil, não é hino". O jovem fez questão de deixar claro "que nenhum de nós cometeu um crime."

MC Didado afirma que no grupo não há criminosos: "Este é um grupo de música, de dança... A gente era solteiro, mais ou menos há uns três anos, e era difícil entrar nas discotecas portuguesas, então a gente se formou para fazer as nossas próprias festas e ir para a balada juntos."

A reportagem da RTP afirma que não há indícios que levem a acreditar que o grupo tem acções violentas.

Para o embaixador do Brasil em Portugal, Celso Marques de Sousa, o caso está a ser exagerado. "Estou convencido que terá havido algum tipo de exagero na matéria que foi publicada. Depreendo isso pelas conversas que venho mantendo com as autoridades portuguesas, e pelos contactos que mantenho coma comunidade brasileira." O embaixador alerta que noticiar a nacionalidade dos criminosos pode levar a que a população portuguesa comece a estigmatizar algumas comunidades.

Ao Correio Brasiliense, o embaixador questionou a linha sensacionalista do Correio da Manhã. "É um jornal parecido com o Luta Democrática e O Dia [jornais sensacionalistas brasileiros], por estampar em suas primeiras páginas assuntos policiais", afirmou. Para ele, é preciso alertar os brasileiros a não irem para Portugal em situação ilegal, sob pena de serem explorados por máfias.

A Casa do Brasil já tinha afirmado que o artigo do Correio da Manhã era irresponsável, por se basear exclusivamente num site da Internet, e xenófobo, por causar um clima de histeria propício ao estigma da comunidade brasileira.
Fonte: Esquerda.Net.

3 comentários:

Anônimo disse...

Concordo absolutamente com a não-estigmatização...(risos).Não devíamos explicitar nem sequer o sexo porque pode criar marginalização de homens ou mulheres...nem idade porque pode criar descriminação com determinadas faixas etárias..(risos).Já faz lembrar o já tão afamado costume dos "media" portugueses em insistir em usar a palava "JOVENS" quando os crimes são cometidos por africanos menores ou adolescentes (ou não...).As coisas têm de ser assumidas.Falar das raças só quando há motivos de orgulho ("nós temos o samba e somos muito festivos", p.e.) não é justo e acaba por ser hipócrita

Anônimo disse...

eu tenho de confessar que sou um pouco racista.
Gosto das russas.., ucranianas..,e os povos de leste.
Tenho menos simpatia por africa.
( Mas portugal hoje já é meio africano. Nada hà a fazer)

Anônimo disse...

Em Setúbal, mais um "brazuca" foi para a cadeia, por matar um ourives de Setúbal, após assaltar sua loja. Este, segundo os jornais, integra o PCP.