MAESTRO ISRAELITA ADOTA NACIONALIDADE PALESTINA.

Um gesto corajoso e comovente do amigo de Edward Said

Maestro israelita Barenboim adota nacionalidade palestina

Diaa Hadid, AP, Jerusalém.

Fonte: AP e imprensa internacional
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O célebre maestro e pianista israelita Daniel Barenboim adotou a nacionalidade palestina e declarou ter esperança de que a sua dupla nacionalidade possa ser um exemplo dos laços eternos entre israelitas e palestinos.
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Barenboim, nascido em Buenos Aires, que faz questão de realizar regularmente concertos nos territórios palestinos ocupados, aceitou no sábado passado um passaporte honorário palestino que lhe foi oferecido no fim de um concerto realizado em Ramalá, na Cisjordânia.
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“Espero que este meu novo status seja um exemplo da coexistência israelo-palestiniana”, disse o pianista e maestro de 65 anos. “O nosso destino, para o mal ou para o bem, é vivermos juntos. Eu prefiro pensar que é para o bem”.
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“Aceito esta nacionalidade porque simboliza a ligação que para sempre existirá entre os povos israelita e palestino”, declarou ao Jerusalem Post no fim do concerto.
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Barenboim foi agraciado com a nacionalidade palestina em reconhecimento pelas posições que tem tomado a favor do povo da Palestina e pela sua teimosia em visitar os territórios ocupados depois das ofensivas israelitas que começaram em 2002, disse à AFP o advogado independente Mustapha Barghuti.
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A direita israelita, que já o acusara de anti-semitismo por divulgar obras de Richard Wagner, não viu com bons olhos este gesto e um dos líderes do Partido Shas afirmou mesmo que “um homem como Barenboim não devia ter nacionalidade israelita e que esta lhe devia ser retirada”. Um porta-voz do governo sionista disse, todavia, não haver base legal para o fazer.
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O maestro, que tem residência em Berlim, tem usado a celebridade de que goza no mundo inteiro para promover a causa da paz no Médio Oriente, a coexistência entre os dois povos através da música. Com Edward Said fundou a Orquestra Diwan Este-Oeste constituída por jovens músicos palestinos, israelitas e dos países árabes.
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Em Dezembro último, não realizou um concerto numa igreja da Faixa de Gaza porque as autoridades sionistas não autorizaram a passagem de um músico palestino.
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Barenboim foi um grande amigo do professor palestino-estadunidense Edward W. Said, falecido há cerca de dois anos, que defendia corajosamente a solução de um único Estado laico e democrático na Palestina e considerava ser um erro trágico a ideia, vigente desde os acordos de Oslo, de “dois povos, dois Estados”.
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Tendo começado a carreira como pianista, Barenboim foi maestro da Orquestra Sinfônica de Chicago e da Staatskapelle de Berlim. Desde Maio de 2006 ocupa o invejado cargo de maestro da ópera La Scala de Milão.
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Original em Tribunal Iraque/Blog O Velho Comunista.