Mário Augusto Jakobskind.
Diante dos correios eletrônicos de sionistas e fundamentalistas cristãos inveterados (ou serão invertebrados?) agredindo este colunista de forma ofensiva com palavras de baixo calão, como costumam fazer os extremistas de direita, por discordarem dos recentes artigos escritos sobre os crimes contra a humanidade cometidos por Israel na Faixa de Gaza, faço minhas as palavras do historiador francês de origem judaica André Noushci, ex-combatente antinazista da France Libre, de 86 anos, ex-professor da Universidade de Tunis e professor honorário da Universidade de Nice. Noushci mandou uma carta ao embaixador israelense em Paris durante os bombardeios na Faixa de Gaza dizendo o seguinte:
Senhor Embaixador:
Para vós é shabat, que devia ser um dia de paz mas que é o da guerra. Para mim, e desde há vários anos, a colonização e o roubo israelense das terras palestinas exasperam-me. Escrevo-vos como francês, judeu de nascimento e artesão dos acordos entre a Universidade de Nice e a de Haifa.
Não é mais possível calar diante da política de assassinatos e de expansão imperialista de Israel.
Vós vos conduzis exatamente como Hitler se conduziu na Europa com a Áustria, a Tchecoslováquia (hoje República Tcheca e Eslováquia). Desprezais as resoluções da ONU tal como ele as da Sociedade das Nações e assassinais impunemente mulheres e crianças; não invoqueis os atentados, a Intifada. Tudo isso resulta da colonização ilegítima e ilegal; o que é roubo.
Vós vos conduzis como ladrões de terras e virais as costas às regras da moral judia. Vergonha para vós! vergonha para Israel!
Cavais a vossa tumba sem vos dar conta. Pois estais condenados a viver com os palestinos e os estados árabes.
Se vos falta esta inteligência política, então sois indigno de fazer política e vossos dirigentes deveriam ir para a cadeia.
Um país que assassina Rabin, que glorifica seu assassino, é um país sem moral e sem honra. Que o céu e que o vosso Deus leve à morte Sharon, o assassino.
Haveis sofrido derrota no Líbano em 2006. Sofrereis outras, espero, e enviais à morte os jovens israelenses porque não tendes a coragem de fazer a paz.
Como os judeus que tanto sofreram podem imitar os seus carrascos hitlerianos? Para mim, desde 1975, a colonização recorda-me velhas lembranças, aquelas do hitlerismo. Não vejo diferença entre vossos dirigentes e os da Alemanha nazi.
Pessoalmente, vou combater-vos com todas as minhas forças como o fiz entre 1938 e 1945 até que a Justiça dos homens destruísse o hitlerismo que está no coração do vosso país.
Vergonha a Israel!!
Espero que o vosso Deus lançará contra os seus dirigentes a vingança que eles merecem. Tenho vergonha como judeu, antigo combatente da II Guerra Mundial, por vós. Que o vosso Deus vos maldiga até o fim dos séculos!
Espero que sejais punidos!
André Noushci certamente interpreta o sentimento de muitos cidadãos de origem judaica e não judaica que se indignam com a solução final contra os palestinos decretada por um governo extremista como o de Israel, que envergonha a quem tem um mínimo de consciência.
Aos que escreveram mensagens grosseiras, cujos nomes nem dá para saber se são verdadeiros, como uma de sobrenome Amos, que desonra o escritor homônimo, diria que as ofensas que utilizou devem se entendidas como elogio, pois quando um (ou uma) extremista sectário (a), sionista ou fundamentalista cristão ficou com raiva, significa que a reflexão escrita atingiu a raiz de um cérebro doentio, movido pelo ódio e sectarismo.
Fonte:Direto da Redação.
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