Imigrantes escapam de centro de detenção e manifestam-se
Mais de mil imigrantes conseguiram escapar de um centro de detenção da ilha italiana de Lampedusa para se manifestarem, frente à Câmara Municipal, contra as condições desumanas em que estão alojados e contra a agilização das expulsões. Belusconi é acusado de mentir e de desprezar as vidas destas pessoas ao ter reagido ao incidente dizendo que os imigrantes podem sair "para beber uma cerveja".
Lampedusa "não é um campo de concentração" e os imigrantes podem sair "para beber uma cerveja", foi desta forma que o primeiro-ministro italiano reagiu ao protesto de centenas de imigrantes que contestam as péssimas condições do centro em que estão detidos. Também o Ministério do Interior afirmou que o "centro de acolhimento não prevê a obrigação de permanência", pelo que não se pode falar de "uma fuga" de clandestinos.
As organizações que trabalham no local contestaram de imediato estas declarações, lembrando que existe uma cerca, que o local é guardado pelas autoridades e que ninguém sai, nem para "beber um café", segundo disse um responsável italiano da organização Médicos Sem Fronteiras. A mesma certeza tem a porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados em Itália, lembrando que "até ontem ninguém podia entrar ou sair livremente" do centro de detenção. "Será que houve uma mudança de política desde ontem?", questionou Laura Boldrini.
As centenas de imigrantes que escaparam do centro de detenção - forçando o gradeamento - manifestaram-se em frente à Câmara Municipal onde se concentraram durante algumas horas, pedindo "ajuda" e "liberdade". Passado o protesto, os imigrantes regressaram pacificamente ao centro de detenção, que foi concebido para apenas 850 pessoas. Segundo números do próprio governo italiano o centro já tem 1300 ocupantes, mas a ONU diz que são mais de dois mil. A imprensa italiana tem denunciado as más condições do local.
O protesto teve apoio de muitos dos 6 mil habitantes da ilha, que aplaudiram o desfile. A revolta deste sábado foi também desencadeada pela instalação rccente de um novo Centro de Identificação e Expulsão que se destina a criar condições para repatriamentos mais rápidos. Desde o início do ano, já foram expulsos 150 imigrantes e espera-se que muitos mais venham a ser expulsos com a abertura deste novo centro.
Fonte:Esquerda.net
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