Venezuela e Cuba inauguraram neste sábado os trabalhos de instalação de um cabo submarino de fibra óptica que dará à ilha uma nova forma de acesso à internet e que deve se transformar em um sistema de comunicação independente na zona do Caribe.
"Avança a conexão de um cabo que vai permitir a comunicação multidirecional de todo o povo de Cuba com a Venezuela e com os povos irmãos do mundo", manifestou o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, no ato.
"Este é um ato de justiça histórica que rompe o bloqueio criminoso dos Estados Unidos contra nosso país", destacou, por sua parte, o embaixador de Cuba em Caracas, Rogelio Polanco, na cerimônia, que ocorreu na zona litorânea de La Guaira, ao norte de Caracas.
Trata-se, acrescentou Polanco no ato transmitido ao vivo pela televisão, de "um passo gigante na independência, na soberania" de ambas as nações.
"Obrigado por tanta solidariedade. Seguiremos agradecendo sempre", disse o embaixador.
O chefe da diplomacia venezuelana assegurou que "o imperialismo" americano e "seus criados" mantêm uma campanha "todos os dias contra Cuba", só comparável, disse, com a vivida pelos judeus durante séculos e que Adolf Hitler "encerrou com o massacre mais repudiável e asqueroso que se conhece".
O cabo constitui um "grande passo na revolução tecnológica", por isso "este é um dia da pátria grande e de vitória para nossos povos", remarcou.
O chanceler destacou o desenvolvimento da iniciativa no marco da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (Alba), impulsionada por Cuba e Venezuela, e à qual também pertencem Bolívia, Equador, Nicarágua, São Vicente e Granadinas, Dominica, e Antígua e Barbuda.
Com um custo estimado de US$ 70 milhões, dinheiro investido em tecnologia obtida na China e na França, o cabo será colocado durante os próximos dias no mar por um navio que chegará até Praia Siboney, em Santiago de Cuba, no dia 8 de fevereiro, após cobrir 1.630 quilômetros. Mais tarde, se montará um segundo trecho de 200 quilômetros que unirá a ilha com a Jamaica.
Durante um encontro com a militancia do Partido Socialista Unido da Venezuela, o presidente venezuelano Hugo Chávez afirmou que, com essa iniciativa, se deixará de depender dos Estados Unidos para a interconexão e se estabelecerá uma rede de comunicações segura e confiável.
O bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto Washington há mais de meio século tem imposibilitado, na ilha, o acesso ao cabo de fibra óptica.
"São 1.600 quilômetros de união, de integração, entre nossos povos", sublinhou Chávez, no sábado passado, durante a exposição dos resultados de seu gerenciamento em 2010, ante a Assembleia Nacional.
Talvez, "no futuro isso chegue aos mesmos Estados Unidos", disse ao afirmar que "em algum dia acabará esse bloqueio injustificado, terrível, arbitrário do governo mais poderoso do mundo sem nenhuma razão".
O cabo, uma vez instalado, propiciará a Cuba multiplicar por três mil a velocidade de transmissão de dados, imagens e voz.
A companhia francesa Alcatel-Lucent, que desenvolveu o projeto, explicou que a instalação será realizada por um navio que colocará o cabo para que seja instalado por um robô submarino.
O cabo descerá a uma profundidade de 200 metros no litoral venezuelano e de 5,6 mil ou 5,8 mil metros perto de Cuba, e terá uma vida útil de 15 a 20 anos. Uma vez instalado, a gestão do cabo recairá na empresa cubano-venezuelana Telecommunicaciones Gran Caribe SA (TGC).
O sistema de cabo será administrado por Cuba e Venezuela 24 horas por dia, sete dias na semana, por técnicos especializados de ambos os países, segundo fontes oficiais. O Presidente Chávez explicou que no futuro terá conexão aberta para países do Caribe e da América Central, como República Dominicana e Haiti, entre outros.
Com agências
Fonte: O Vermelho.
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