por luisnassif,
Do Ah!Cidade Belo Horizonte
COMO AÉCIO NEVES LANÇOU PATRUS A PREFEITURA
Como as trapalhadas de Aécio lançaram Patrus Ananias a prefeitura de Belo Horizonte.
Por Daniel Florêncio
Quinta-feira, dia 5 de Julho, era o prazo para registro de candidaturas a prefeitura no TRE de Belo Horizonte. Márcio Lacerda, do PSB, e Patrus Ananias do PT registraram suas candidaturas. Os dois partidos que até uma semana antes eram aliados em Belo Horizonte, seguem caminhos distintos nessas eleições. O motivo da separação, mais do que uma discordância programática da adminstração municipal, é política.
A quebra entre os dois partidos na capital com o lançamento de Patrus Ananias sinaliza o retorno da oposição e do contraditório no cenário político mineiro, bombardeado nos últimos anos pela insistente construção da candidatura de Aécio Neves a presidência.
Aécio Presidente
Segundo reportagem do Brasil 247, Aécio, em discurso na sede do PSDB em Belo Horizonte, criticou o que ele chama de “interferência” de Dilma no pleito municipal, ao pedir junto ao PMDB e ao PSD apoio a candidatura de Patrus Ananias. Aécio foi além e afirmou que “Minas não é uma província”, e quando questionado se o racha entre Lacerda e o PT teria ocorrido em decorrência de sua interferência, respondeu que “em momento algum vai cair na armadilha de trazer 2014 para 2012“, se referindo a próxima campanha presidencial.
Ora. Aécio não só é o responsável em “trazer 2014 para 2012“, como o faz desde que foi eleito Governador de Minas Gerais em 2002. Desde seu primeiro mandato no Palácio da Liberdade ele vem trabalhando pela sua candidatura ao Palácio do Planalto. Os primeiros sinais de sua atuação foram a cooptação da mídia local.
Com a estratégia de comunicação de Aécio no Palácio da Liberdade que aliava altos investimentos publicitários a uma cobrança rígida de lealdade dos veículos de mídia aonde anunciava, Aécio conseguiu construir em Minas uma homogeneidade política sem igual em nenhum outro estado brasileiro. As relações entre Aécio e a mídia foi alvo do documentário Gagged in Brazil, produzido para a Current TV americana.
Seduzindo a oposição
Sem espaço na mídia e consequentemente, sem conseguir ecoar sua voz entre a população, a oposição a Aécio em Minas foi marginalizada. Os que ainda esperavam gozar de visibilidade perante a opinião pública tinham como única alternativa tentar uma aproximação com Aécio. O prefeito da capital, Fernando Pimentel, sonhando com o Governo de MG viu nessa aproximação a oportunidade para chegar ao Palácio da Liberdade. Para isso, precisava selar uma aliança com o então Governador. Tal aliança foi concretizada na campanha para prefeito em 2008 quando Márcio Lacerda foi lançado candidato por Aécio e Pimentel.
Com a eleição de Lacerda, o PSDB conseguiu, mesmo que extra-oficialmente, entrar na prefeitura de Belo Horizonte. No entanto, dois anos depois, em sua disputa com José Serra, Aécio não conseguiu a nomeação de seu partido para disputar a presidência, e consequentemente, a idéia de Fernando Pimentel no Governo de Minas deveria ser deixada de lado. Aécio empenhou-se então na eleição de seu vice, Antônio Anastasia, que garantiria a ele manter o controle e influência da máquina estatal para continuar trabalhando em sua campanha a presidência.
A prefeitura de Belo Horizonte.
Com Pimentel deixado de lado e a crescente presença “tucana” na prefeitura, a aliança PT/PSB começou a ficar abalada. Aliado a pressões populares como os movimentos “Praia da Estação” e “Fora Lacerda”, a insatisfação do PT começou a ficar mais evidente com a quebra entre Márcio Lacerda e seu vice, Roberto Carvalho do PT ao final de 2011.
Mas mesmo com seus altos e baixos e com a relação abalada devido as constantes investidas de Aécio, PT e PSB decidiram seguir juntos nas eleições a prefeito em Belo Horizonte em uma chapa proporcional com vice prefeito do PT, valorizando a aliança entre os dois partidos em nível federal. Até que, novamente, Aécio entrou em cena.
Lacerda cedeu a pressões de Aécio para que a chapa proporcional com o PT não fosse em frente. Aécio, ainda pensando em sua campanha presidencial, estava preocupado em manter a homogeneidade política que construiu em Minas e não queria que com Lacerda possivelmente se candidatando ao Governo de MG em 2014, o PT assumisse novamente a prefeitura de Belo Horizonte. E como Lacerda sonha com o apoio do tucano e de seu aparato midiático ao Governo, cedeu.
Com a intervenção escancarada de Aécio e o não cumprimento por Lacerda dos termos da aliança estabelecida com o PT, o partido se viu obrigado a reagir.
E assim, Aécio Neves lançou a candidatura de Patrus Ananias a prefeitura de Belo Horizonte. E as eleições, que até uma semana atrás eram um referendo a administração de Lacerda, contam agora com um candidato oposicionista com grande poder de mobilização e chances reais de ganhar a prefeitura.
As urnas dirão se o tiro de Aécio saiu pela culatra.
COMO AÉCIO NEVES LANÇOU PATRUS A PREFEITURA
Como as trapalhadas de Aécio lançaram Patrus Ananias a prefeitura de Belo Horizonte.
Por Daniel Florêncio
Quinta-feira, dia 5 de Julho, era o prazo para registro de candidaturas a prefeitura no TRE de Belo Horizonte. Márcio Lacerda, do PSB, e Patrus Ananias do PT registraram suas candidaturas. Os dois partidos que até uma semana antes eram aliados em Belo Horizonte, seguem caminhos distintos nessas eleições. O motivo da separação, mais do que uma discordância programática da adminstração municipal, é política.
A quebra entre os dois partidos na capital com o lançamento de Patrus Ananias sinaliza o retorno da oposição e do contraditório no cenário político mineiro, bombardeado nos últimos anos pela insistente construção da candidatura de Aécio Neves a presidência.
Aécio Presidente
Segundo reportagem do Brasil 247, Aécio, em discurso na sede do PSDB em Belo Horizonte, criticou o que ele chama de “interferência” de Dilma no pleito municipal, ao pedir junto ao PMDB e ao PSD apoio a candidatura de Patrus Ananias. Aécio foi além e afirmou que “Minas não é uma província”, e quando questionado se o racha entre Lacerda e o PT teria ocorrido em decorrência de sua interferência, respondeu que “em momento algum vai cair na armadilha de trazer 2014 para 2012“, se referindo a próxima campanha presidencial.
Ora. Aécio não só é o responsável em “trazer 2014 para 2012“, como o faz desde que foi eleito Governador de Minas Gerais em 2002. Desde seu primeiro mandato no Palácio da Liberdade ele vem trabalhando pela sua candidatura ao Palácio do Planalto. Os primeiros sinais de sua atuação foram a cooptação da mídia local.
Com a estratégia de comunicação de Aécio no Palácio da Liberdade que aliava altos investimentos publicitários a uma cobrança rígida de lealdade dos veículos de mídia aonde anunciava, Aécio conseguiu construir em Minas uma homogeneidade política sem igual em nenhum outro estado brasileiro. As relações entre Aécio e a mídia foi alvo do documentário Gagged in Brazil, produzido para a Current TV americana.
Seduzindo a oposição
Sem espaço na mídia e consequentemente, sem conseguir ecoar sua voz entre a população, a oposição a Aécio em Minas foi marginalizada. Os que ainda esperavam gozar de visibilidade perante a opinião pública tinham como única alternativa tentar uma aproximação com Aécio. O prefeito da capital, Fernando Pimentel, sonhando com o Governo de MG viu nessa aproximação a oportunidade para chegar ao Palácio da Liberdade. Para isso, precisava selar uma aliança com o então Governador. Tal aliança foi concretizada na campanha para prefeito em 2008 quando Márcio Lacerda foi lançado candidato por Aécio e Pimentel.
Com a eleição de Lacerda, o PSDB conseguiu, mesmo que extra-oficialmente, entrar na prefeitura de Belo Horizonte. No entanto, dois anos depois, em sua disputa com José Serra, Aécio não conseguiu a nomeação de seu partido para disputar a presidência, e consequentemente, a idéia de Fernando Pimentel no Governo de Minas deveria ser deixada de lado. Aécio empenhou-se então na eleição de seu vice, Antônio Anastasia, que garantiria a ele manter o controle e influência da máquina estatal para continuar trabalhando em sua campanha a presidência.
A prefeitura de Belo Horizonte.
Com Pimentel deixado de lado e a crescente presença “tucana” na prefeitura, a aliança PT/PSB começou a ficar abalada. Aliado a pressões populares como os movimentos “Praia da Estação” e “Fora Lacerda”, a insatisfação do PT começou a ficar mais evidente com a quebra entre Márcio Lacerda e seu vice, Roberto Carvalho do PT ao final de 2011.
Mas mesmo com seus altos e baixos e com a relação abalada devido as constantes investidas de Aécio, PT e PSB decidiram seguir juntos nas eleições a prefeito em Belo Horizonte em uma chapa proporcional com vice prefeito do PT, valorizando a aliança entre os dois partidos em nível federal. Até que, novamente, Aécio entrou em cena.
Lacerda cedeu a pressões de Aécio para que a chapa proporcional com o PT não fosse em frente. Aécio, ainda pensando em sua campanha presidencial, estava preocupado em manter a homogeneidade política que construiu em Minas e não queria que com Lacerda possivelmente se candidatando ao Governo de MG em 2014, o PT assumisse novamente a prefeitura de Belo Horizonte. E como Lacerda sonha com o apoio do tucano e de seu aparato midiático ao Governo, cedeu.
Com a intervenção escancarada de Aécio e o não cumprimento por Lacerda dos termos da aliança estabelecida com o PT, o partido se viu obrigado a reagir.
E assim, Aécio Neves lançou a candidatura de Patrus Ananias a prefeitura de Belo Horizonte. E as eleições, que até uma semana atrás eram um referendo a administração de Lacerda, contam agora com um candidato oposicionista com grande poder de mobilização e chances reais de ganhar a prefeitura.
As urnas dirão se o tiro de Aécio saiu pela culatra.
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