terça-feira, 31 de julho de 2012

ECONOMIA - Relatório do FMI.

Relatório do FMI mostra que o Brasil está bem na foto

As conclusões desse relatório são fruto de uma política fiscal e monetária alinhada ao objetivo de manter a solidez da economia; promover o crescimento; a distribuição de renda; a melhoria da massa salarial; o ritmo de geração de emprego e o incentivo aos investimentos em infraestrutura e, principalmente, os sociais.
Por Marcello Antunes, PT Senado
 



Apesar de a torcida contrária se manifestar quase diariamente na mídia com prognósticos negativos às medidas adotadas pelo governo para reaquecer a economia e preservar a vitalidade do sistema financeiro nacional, um relatório elaborado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e divulgado nesta terça-feira (31/07) confirma que o Brasil está bem na foto: o sistema financeiro do País é sólido, bem capitalizado e possui elevados níveis de liquidez e de provisões contra a inadimplência, diz o relatório.

Numa observação de onde se encontra o Brasil diante da crise financeira internacional, o FMI ressalta que o País utilizou corretamente os mecanismos de liquidez para atravessar ‘bem’ a crise financeira internacional. “As medidas macroprudenciais adotadas mostraram-se acertadas, úteis para gerenciar os fluxos de capital e melhorar sua composição”.

As conclusões desse relatório são fruto de uma política fiscal e monetária alinhada ao objetivo de manter a solidez da economia; promover o crescimento; a distribuição de renda; a melhoria da massa salarial; o ritmo de geração de emprego e o incentivo aos investimentos em infraestrutura e, principalmente, os sociais.

A situação fiscal brasileira, por exemplo, permanece dentro das perspectivas de atingir um superávit primário correspondente a 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. A dívida líquida do setor público em relação ao PIB está prestes a experimentar a casa dos 34%. Nesta terça-feira, ao divulgar o resultado fiscal, o Banco Central mostrou que no ano a dívida líquida em relação ao PIB reduziu-se 1,3 ponto percentual e ficou em 35,1% em junho.

Aliás, no mês de junho, quando o cenário internacional especificamente na Zona do Euro mostrava o recrudescimento da crise, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) que a projeção da dívida líquida/PIB para este ano seria de 35,7%. Houve uma queda motivada pelo crescimento da economia e também por causa da redução dos juros.

A relação dívida/PIB na casa dos 35% é um sólido indicador por mostrar que as contas do Brasil estão controladas e, além disso, dispõe de solvência, ou seja, tem mecanismos para enfrentar a crise financeira internacional como diz o relatório do FMI. Esse indicador de solvência correspondia a 60,4% no início de 2003 quando o ex-presidente Lula iniciou seu primeiro mandato. Nesses dez anos, sem fazer mágica e apostando na inclusão social, o Brasil conseguiu crescer, gerar empregos e reduzir a dívida líquida na proporção do PIB.

Em outras palavras, isso quer dizer que o Brasil está numa posição cômoda, porém vigilante ao cenário externo, até porque o próprio FMI tem feito previsões nada animadoras para os países da Zona do Euro, Estados Unidos e China, seja em relação ao crescimento da economia – que vai ser modesto neste ano e no próximo -, seja em relação às medidas para reduzir os elevados índices de desemprego. No Brasil o índice está em 5,8%, um nível histórico. Já a Espanha, por exemplo, já ultrapassou 20%. Não é à toa que os jornais começam a mostrar uma migração crescente de estrangeiros que querem vir para o Brasil por conta das oportunidades.

Mas é olhando os dados da solvência de outros países que é possível comprovar a situação brasileira. A dívida/PIB da Alemanha está em 81,5%; no Reino Unido está em 82,5%; a França tem uma dívida/PIB de 86,3%, na Itália está em 120,1%; Espanha e Portugal a dívida/PIB beira os 90% e nos Estados Unidos já está em 102,9%, enquanto que no Japão está em 229,8%. Outro detalhe que o FMI levou em conta é que o Brasil, no campo do sistema financeiro, dispõe um colchão de liquidez notável: os bancos mantém depósitos compulsórios (obrigatórios) depositados no Banco Central equivalentes a quase R$ 400 bilhões; as reservas internacionais estão em torno de US$ 370 bilhões; o Brasil tem um elevado grau de excesso de capital contra intempéries no sistema bancário, que está numa escala de 109 pontos, enquanto que o índice da Grécia, que enfrenta uma severa crise, está em 26 pontos; Portugal tem 64 pontos e os Estados Unidos tem 82 pontos. Pelo conjunto de indicadores, vale ressaltar que o Brasil tem conseguido manter o controle sobre a inflação.

Nenhum comentário: