Por onde tenho passado nas últimas semanas, todo mundo me pergunta o que vai dar o processo do mensalão, que começa a ser julgado às duas horas da tarde da próxima quinta (2) e não tem um prazo certo para terminar.
As pessoas ainda acham que os jornalistas sabem mais do que os outros, temos informações que os outros não têm. Às vezes, isso pode até acontecer, mas não é o caso deste processo.
Depois de ler todas as "reportagens especiais" publicadas pelos jornais e portais durante a semana, e as matérias de capa das revistas, rememorando nos mínimos detalhes o caso de sete anos atrás, informações a que todo mundo tem acesso, com centenas de entrevistas de réus, advogados, juristas e especialistas em geral, chego ao domingo sem ter a menor ideia do que pode acontecer.
Em quase todos os textos, notei que há mais torcida do que análise, discutindo se a decisão deve ser política ou técnica, como se o Direito fosse uma ciência exata e houvesse uma só receita para todos os diagnósticos apresentados nas mais de 50 mil páginas do processo.
A esta altura do campeonato, acredito que ninguém sabe o que se passa pela cabeça dos 11 juízes do Supremo Tribunal Federal que vão decidir o destino dos 38 réus do processo. Talvez nem eles próprios tenham definido ainda o seu voto _ ou não haveria necessidade de um julgamento em que todos ouvirão os argumentos da acusação e da defesa.
Só o procurador-geral Roberto Gurgel, os comentaristas e editorialistas da chamada grande imprensa já deram um veredicto: todos os réus devem ser condenados e mandados para a cadeia. Caso contrário, estará ameaçado o futuro da democracia, a credibilidade do Judiciário e a família brasileira, colocando em risco o bem estar dos nossos filhos e netos.
O cenário montado na mídia é o de um País que está entrando em guerra, na base do agora vamos para o tudo ou nada, e só a condenação geral nos salvará. Pelo menos é isto que transparece não só nas opiniões dos porta-vozes da grande imprensa, mas principalmente nas cartas dos leitores publicadas nos últimos dias, cada vez mais belicosas e ameaçadoras, refletindo um clima de pressão extrema sobre os ministros do STF.
Na verdade, ninguém é isento, nem eu, para analisar este Fla-Flu jurídico e político que poderá ter forte influência nesta e nas próximas eleições. Como está informado no meu perfil no alto deste blog, trabalhei no governo Lula como Secretário de Imprensa e não é segredo para ninguém que sou amigo pessoal do ex-presidente e de muitos dos denunciados neste processo.
Como não li os autos, não teria condições de responder ao título deste post, mas tenho a ligeira impressão que, honestamente, ninguém sabe dizer o que vai acontecer. Pode dar Fla e pode dar Flu, e como o campeonato não pode acabar em empate, só me arrisco a prever que o resultado será bastante apertado.
Com a palavra, os caros leitores do Balaio. Alguém sabe o que vai dar?
Blog R7 do ricardo kotscho.
As pessoas ainda acham que os jornalistas sabem mais do que os outros, temos informações que os outros não têm. Às vezes, isso pode até acontecer, mas não é o caso deste processo.
Depois de ler todas as "reportagens especiais" publicadas pelos jornais e portais durante a semana, e as matérias de capa das revistas, rememorando nos mínimos detalhes o caso de sete anos atrás, informações a que todo mundo tem acesso, com centenas de entrevistas de réus, advogados, juristas e especialistas em geral, chego ao domingo sem ter a menor ideia do que pode acontecer.
Em quase todos os textos, notei que há mais torcida do que análise, discutindo se a decisão deve ser política ou técnica, como se o Direito fosse uma ciência exata e houvesse uma só receita para todos os diagnósticos apresentados nas mais de 50 mil páginas do processo.
A esta altura do campeonato, acredito que ninguém sabe o que se passa pela cabeça dos 11 juízes do Supremo Tribunal Federal que vão decidir o destino dos 38 réus do processo. Talvez nem eles próprios tenham definido ainda o seu voto _ ou não haveria necessidade de um julgamento em que todos ouvirão os argumentos da acusação e da defesa.
Só o procurador-geral Roberto Gurgel, os comentaristas e editorialistas da chamada grande imprensa já deram um veredicto: todos os réus devem ser condenados e mandados para a cadeia. Caso contrário, estará ameaçado o futuro da democracia, a credibilidade do Judiciário e a família brasileira, colocando em risco o bem estar dos nossos filhos e netos.
O cenário montado na mídia é o de um País que está entrando em guerra, na base do agora vamos para o tudo ou nada, e só a condenação geral nos salvará. Pelo menos é isto que transparece não só nas opiniões dos porta-vozes da grande imprensa, mas principalmente nas cartas dos leitores publicadas nos últimos dias, cada vez mais belicosas e ameaçadoras, refletindo um clima de pressão extrema sobre os ministros do STF.
Na verdade, ninguém é isento, nem eu, para analisar este Fla-Flu jurídico e político que poderá ter forte influência nesta e nas próximas eleições. Como está informado no meu perfil no alto deste blog, trabalhei no governo Lula como Secretário de Imprensa e não é segredo para ninguém que sou amigo pessoal do ex-presidente e de muitos dos denunciados neste processo.
Como não li os autos, não teria condições de responder ao título deste post, mas tenho a ligeira impressão que, honestamente, ninguém sabe dizer o que vai acontecer. Pode dar Fla e pode dar Flu, e como o campeonato não pode acabar em empate, só me arrisco a prever que o resultado será bastante apertado.
Com a palavra, os caros leitores do Balaio. Alguém sabe o que vai dar?
Blog R7 do ricardo kotscho.
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