A opinião de Chico de Oliveira em 2005
Enviado por luisnassif
Por ciro hardt araujo
Sobre a entrevista do Chico de Oliveira no Roda Morta
Intelectual também fala bobagem
Terça-feira, 30 de agosto de 2005
Para ex-petista, Lula acabou e FHC é grande vitorioso
Agência Estado
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva acabou e necessita agora do consentimento da oposição para governar. Esta é a opinião do sociólogo Francisco de Oliveira, petista histórico que deixou o partido em dezembro de 2003, após saraivadas de críticas ao governo Lula. "Politicamente, o impeachment já foi decretado. Só não foi juridicamente porque o impeachment tem que ser um ato jurídico perfeito", afirmou. "O governo só governa agora com a aquiescência do PSDB e do PFL. Não passa nada no Congresso que esses dois partidos não queiram. Do ponto de vista político, o governo Lula acabou", resumiu.
Em sua análise sobre o futuro do PT surge uma perspectiva que o intelectual considera "sombria": um novo peronismo. Oliveira considera mais plausível o desaparecimento político de Lula do que o fim do partido. Com a extinção da liderança carismática, o PT poderia virar uma "confederação de gangues", como aconteceu na Argentina após a morte de Juan Domingo Perón. Para o intelectual, a disputa entre os ex-ministros José Dirceu e Tarso Genro, que resultou na desistência do último de concorrer ao cargo de presidente do PT, é um sintoma desse risco de peronização.
Oliveira ofereceu três cenários em que o PT sobreviveria à crise: uma rebelião da militância, o que considera "difícil"; a transformação do PT em um PMDB que "nasceu anatomicamente errado"; ou a repetição do peronismo. "Lula nunca entrou em bola dividida, sempre fez a conciliação por cima. Se desaparece a liderança carismática que aglutina, vão sobrar os caciques", afirmou, lembrando a disputa entre Dirceu e Genro. "O PT se tornaria uma federação de caciques ou, pior, uma confederação de gangues que lutam entre si, sabotam os outros e que vai ao extremo. A criminalidade peronista é espantosa."
Mesmo tendo deixado o PT e encarado um processo de Dirceu, Oliveira acredita que a sobrevivência do partido é fundamental para a esquerda. "A esquerda brasileira não subsistirá se o PT cair pelas tabelas. Não vou me regozijar se o PT terminar sombriamente num quadro desses."
Ainda assim, ele não poupou críticas ao partido. O PT, disse, nunca teve um projeto de nação, o presidente Lula não tem programa e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) emerge como grande vitorioso no cenário político. O que acontece com o PT, na avaliação do sociólogo, é reflexo da impotência teórica que impediu a elaboração de uma crítica radical ao capitalismo. "O impasse de Lula é a ausência de compreensão crítica do capitalismo na esquerda brasileira", disse.
Com a manutenção por Lula da política econômica de FHC, Oliveira identifica o tucano como o grande vitorioso hoje. Para o sociólogo, por meio das privatizações, FHC realizou uma revolução burguesa, promovendo um deslocamento de poder de classe talvez irreparável. "Qual o intelectual orgânico de direita? Fernando Henrique Cardoso. Ele tomou partido, assumiu a liderança da direita e aplicou o programa neoliberal com conseqüência. Lula não tem programa nenhum e se refugia no conservadorismo", disse o sociólogo. "Fernando Henrique é o grande vitorioso e o neoliberalismo não está no fim", concluiu.
Sobre a entrevista do Chico de Oliveira no Roda Morta
Intelectual também fala bobagem
Terça-feira, 30 de agosto de 2005
Para ex-petista, Lula acabou e FHC é grande vitorioso
Agência Estado
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva acabou e necessita agora do consentimento da oposição para governar. Esta é a opinião do sociólogo Francisco de Oliveira, petista histórico que deixou o partido em dezembro de 2003, após saraivadas de críticas ao governo Lula. "Politicamente, o impeachment já foi decretado. Só não foi juridicamente porque o impeachment tem que ser um ato jurídico perfeito", afirmou. "O governo só governa agora com a aquiescência do PSDB e do PFL. Não passa nada no Congresso que esses dois partidos não queiram. Do ponto de vista político, o governo Lula acabou", resumiu.
Em sua análise sobre o futuro do PT surge uma perspectiva que o intelectual considera "sombria": um novo peronismo. Oliveira considera mais plausível o desaparecimento político de Lula do que o fim do partido. Com a extinção da liderança carismática, o PT poderia virar uma "confederação de gangues", como aconteceu na Argentina após a morte de Juan Domingo Perón. Para o intelectual, a disputa entre os ex-ministros José Dirceu e Tarso Genro, que resultou na desistência do último de concorrer ao cargo de presidente do PT, é um sintoma desse risco de peronização.
Oliveira ofereceu três cenários em que o PT sobreviveria à crise: uma rebelião da militância, o que considera "difícil"; a transformação do PT em um PMDB que "nasceu anatomicamente errado"; ou a repetição do peronismo. "Lula nunca entrou em bola dividida, sempre fez a conciliação por cima. Se desaparece a liderança carismática que aglutina, vão sobrar os caciques", afirmou, lembrando a disputa entre Dirceu e Genro. "O PT se tornaria uma federação de caciques ou, pior, uma confederação de gangues que lutam entre si, sabotam os outros e que vai ao extremo. A criminalidade peronista é espantosa."
Mesmo tendo deixado o PT e encarado um processo de Dirceu, Oliveira acredita que a sobrevivência do partido é fundamental para a esquerda. "A esquerda brasileira não subsistirá se o PT cair pelas tabelas. Não vou me regozijar se o PT terminar sombriamente num quadro desses."
Ainda assim, ele não poupou críticas ao partido. O PT, disse, nunca teve um projeto de nação, o presidente Lula não tem programa e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) emerge como grande vitorioso no cenário político. O que acontece com o PT, na avaliação do sociólogo, é reflexo da impotência teórica que impediu a elaboração de uma crítica radical ao capitalismo. "O impasse de Lula é a ausência de compreensão crítica do capitalismo na esquerda brasileira", disse.
Com a manutenção por Lula da política econômica de FHC, Oliveira identifica o tucano como o grande vitorioso hoje. Para o sociólogo, por meio das privatizações, FHC realizou uma revolução burguesa, promovendo um deslocamento de poder de classe talvez irreparável. "Qual o intelectual orgânico de direita? Fernando Henrique Cardoso. Ele tomou partido, assumiu a liderança da direita e aplicou o programa neoliberal com conseqüência. Lula não tem programa nenhum e se refugia no conservadorismo", disse o sociólogo. "Fernando Henrique é o grande vitorioso e o neoliberalismo não está no fim", concluiu.
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