Natasha Pitts
Jornalista da Adital
Adital
Organizações populares estão pressionando as autoridades do estado do Rio de Janeiro (Sudeste do Brasil) para que a concessão do estádio Jornalista Mário Filho, mais conhecido como Maracanã, à iniciativa privada, seja decidida pela população carioca durante um plebiscito. 33 deputados e deputadas já acolheram a ideia.
O pedido de realização do plebiscito foi encaminhado ontem (13) à mesa diretora da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Em nota pública divulgada hoje (14), o Comitê Popular da Copa e das Olimpíadas do Rio de Janeiro afirma que a adesão dos/as deputados/as é resultado da mobilização popular realizada no último dia 8, quando o governo tentou realizar uma "falsa audiência pública”, na qual não se pretendia colocar em pauta a privatização do estádio.
Foi durante a tentativa de realização desta audiência, que cerca de 500 pessoas, entre integrantes do Comitê Popular da Copa e das Olimpíadas do Rio de Janeiro, do movimento ‘O Maraca é Nosso’, da Frente Nacional de Torcedores, entre outros, decidiram pelo plebiscito popular como a melhor forma de deliberar sobre o futuro da administração do estádio.
O evento realizado na última quinta-feira não é reconhecido pelo Comitê como uma audiência pública e por isso os/as ativistas apoiam o plebiscito como modo de abrir verdadeiramente o debate sobre o uso e gestão do estádio e das instalações em seu entorno.
A nota pública do Comitê também deixa claro que organizações, torcedores, professores, pais e alunos, indígenas, usuários do Complexo do Maracanã e demais cidadãos do Rio de Janeiro vão estar atentos às decisões dos parlamentares que prestaram apoio, cobrando celeridade e compromisso com o caso.
Em sua manifestação pública, o Comitê Popular da Copa e das Olimpíadas também lembrou a situação do prédio onde funcionou, de 1910 até 1978, o Museu do Índio. A desembargadora Maria Helena Cisne, presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) cassou as duas liminares que impediam a derrubada do prédio histórico e o despejo dos indígenas que ocupam o espaço da Aldeia Maracanã.
As liminares haviam sido concedidas pela primeira instância da Justiça Federal a pedido da Defensoria Pública da União (DPU). Duas ações civis públicas haviam sido ajuizadas e impediam a derrubada do prédio e a despejo de cerca de 20 indígenas de diversas etnias, que moram no terreno onde se localizava o antigo museu.
O Comitê teme que o governo do Rio de janeiro haja de forma precipitada e arbitrária aproveitando a decisão da desembargadora e ignorando a necessidade de debate. Por isso, na nota pública, chama atenção e faz um pedido.
"Alertamos a todos sobre a iminência de uma ação de despejo e demolição no local e convocamos todos os militantes a se solidarizarem à luta dos indígenas participando da vigília que acontece no local e circulando esta informação ao maior número de pessoas”, pedem.
Para mais informações, acesse:http://comitepopulario.wordpress.com/
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