quarta-feira, 21 de novembro de 2012

MÍDIA - A fortuna da família Marinho.



Fortuna da família Marinho já é de 20,6 bilhões de dólares e supera Eike Batista

Carlos Newton
De acordo com notícia publicada pela “Folha de S. Paulo”, reproduzindo dados da revista “Bloomberg Markets”, publicação mensal da agência de notícias financeiras, os três irmãos Marinho (Roberto Irineu, João Roberto e José Roberto, controladores da Globo Comunicação e Participações, em conjunto, têm a invejável fortuna de 20 bilhões e seiscentos milhões de dólares, superando a do empresário Eike Batista, que baixou para US$ 20,4 bilhões.
 Os irmãos Marinho, no topo da lista
A revista “Bloomberg Markets, que passou a publicar a relação dos 200 mais ricos do mundo, informa que a lista dos afortunados continua liderada pelo mexicano Carlos Slim, com 77 bilhões e quinhentos milhões de dólares, seguido de Bill Gates.
O brasileiro que mais enriqueceu neste ano foi Jorge Paulo Lemann, com uma fortuna individual de US$19 bilhões e 100 milhões.
Os donos da Tv Globo, herdeiros do jornalista Roberto Marinho e que conseguiram aumentar o patrimônio da organização após o falecimento de seu fundador, têm hoje, individualmente, as seguintes fortunas: Roberto Irineu Marinho 6,9 bilhões de dólares; João Roberto Marinho 6,9 bilhões de dólares e José Roberto Marinho 6,8 bilhões de dólares, ou seja, somam patrimônio maior que o orçamento da cidade de São Paulo, que é de R$ 40 bilhões e onde vivem 12 milhões de pessoas.
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NEM TUDO SÃO FLORES
Por maior que seja for a fortuna, sempre há problemas, e dos grandes, como o livro que derá lançado em breve, a respeito de uma transação ilegal em que Roberto Marinho se meteu, na década de 60, e que só agora está vindo à tona.
Com o título de “Manobra Fantástica” – Irregularidades e trapalhadas na transferência do controle da Tv Globo de São Paulo S/A, o livro terá versão em inglês. Relata em detalhes e com reprodução de documentos judiciais as trapalhadas de Marinho. Mostra que, para não perder a concessão da TV Globo de São Paulo S/A, a mais valiosa de todo o país,  Roberto Marinho transferiu para o seu nome, em 30 de junho de 1976, as ações de 673 acionistas fundadores da emissora, depositando em agência bancária Cr$1,00 (hum cruzeiro) por ação, mediante ato societário temerário, como apontado pelo Poder Judiciário, mas necessário, segundo a interpretação da poderosa organização, para atender a determinações formuladas pelo Ministério das Comunicações, que não reconhecia Roberto Marinho como proprietário da TV Paulista, que ele tentava transformar em TV Globo de São Paulo.
Segundo os autores do livro, as autoridades federais exigiram da empresa a regularização de seu quadro societário (ordem não cumprida entre 1965 e 1977) e não a exclusão dos acionistas minoritários e muito menos a desapropriação de suas valorizadíssimas ações(48% do capital social inicial da Rádio Televisão Paulista S/A e depois TV Globo de São Paulo S/A) a custo zero.
Segundo o advogado e ex-deputado estadual paulista Afanasio Jazadji, todas as ilicitudes tardiamente descobertas já estão protegidas pelo manto da prescrição e aos 673 acionistas fundadores da emissora, vinculada à holding Globo Comunicação e Participações S/A, não resta outro caminho, senão denunciar esse desrespeito à propriedade à Comissão de Direitos Humanos da OEA, da ONU e à Corte Internacional de Haia.
Diz ele na apresentação do livro: “Disso encarregar-me-ei, pois em 2002 levei ao conhecimento da população esse verdadeiro atentado perpetrado contra direito fundamental desses acionistas e respectivos herdeiros. Foram excluídos do quadro de acionistas da TV Globo de São Paulo por ato assemblear impróprio, ilegal, transformando o responsável por essa deliberação heterodoxa, o jornalista Roberto Marinho, no acionista absoluto da organização, assim tornando mais fácil e centralizada a governança corporativa”.
O livro é baseado em autos de diversos processos judiciais que já entraram para a história e que poderão desaparecer dos arquivos entulhados de nossos tribunais ou serem destruídos pela traça.

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