quarta-feira, 1 de outubro de 2014

POLÍTICA - O novo agora em São Paulo chama-se Fernando Haddad.

O dia em que a ex-Soninha ficou com a cara de Serra

     
     



Houve um dia, muitos anos atrás, que o PSDB tornou-se uma espécie de desaguadouro de novas ideias da sociedade. Saía-se do desastre Collor, do período meio irracional de Itamar Franco, e muitos setores técnicos viam no PSDB e em Fernando Henrique Cardoso o espaço de racionalidade e modernidade no qual exercitar novas ideias.

O partido começou a minguar na falta de ideias e de vontade política de FHC. E a morrer quando se entregou ao pacto abjeto de José Serra com os grupos de mídia.

FHC limitava-se a discursos deslumbrados sobre o Novo Renascimento, achando que o futuro chegaria por inércia; Serra, a se valer da mídia para o discurso do ódio e para a disseminação de dossiês, julgando que o futuro chegaria pelo esgoto.

Vários cavalos passaram encilhados e o PSDB não montou pela absoluta incapacidade de enxergar o novo. Abdicou de qualquer veleidade reformadora, para se entregar ao discurso único da mídia.

Nos últimos tempos o novo passou a se consolidar em temas como a humanização das políticas públicas e as novas manifestações da militância jovem nas redes sociais. Não há nada mais simbólico e moderno do que jovens descolados andando de bicicleta e articulando-se nas redes sociais clamando por bem estar. Especialmente na maior e mais desumanizada das metrópoles brasileiras, São Paulo.

Esse novo passou na frente de Serra quando se aproximou da ex-Soninha, a jovem senhora descolada, amante da natureza, defensora das ciclovias, fomentadora das manifestações nas redes sociais, com um sotaque irresistível de jovem paulistana, corajosa a ponto de admitir que fumava – e ser alvo de uma campanha sórdida da mídia.

Passou encilhado e Serra nada entendeu. Em vez de sua gestão ganhar a cara da ex-Soninha, ele próprio transmudou a ex-Soninha que passou a ganhar a cara rancorosa de seu novo guru. Tornou-se um Roberto Freire de bermudas.

Agora, o novo está sendo cavalgado por Fernando Haddad, com suas ciclovias, suas propostas de humanização da cidade. E a cara do PSDB é cada vez mais a da Polícia Militar de Alckmin e de Fernando Grella e dos ecos da campanha de 2010.

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