quinta-feira, 25 de maio de 2017

POLÍTICA - "Golpe da agenda".

Recusa de prazo para Lula depor preparou “golpe da agenda”

lulacoreia
Você deve se recordar que a defesa de Lula pediu prazo a Sérgio Moro, ao TRF e, afinal, ao Superior Tribunal de Justiça para examinar o catatau de documentos – equivalente a 33 vezes o número de páginas do Dicionário Houaiss – juntados às pressas ao processo no qual o ex-presidente deporia no último dia 10.
Todos ele negaram prazo para o exame de documentos.
Aqui, neste blog, afirmou-se que a defesa do ex-presidente desconfiava de que haveria ali “pegadinhas” para comprometê-lo.
Não deu outra.
Em meio ao papelório estavam as supostas “agendas” do ex-presidente com o presidente  e diretores da empresa, que foram usadas, logo depois, para dizer que Lula mentira ao dizer que tivera  poucas reuniões com os dirigentes da Petrobras, enquanto a mídia publicava terem sido quase 30.
O “golpe” consistiu em pegar todos os eventos – a maioria públicos: inaugurações, jantares, reuniões intersetoriais onde havia alguém da empresa – e transforma-los, para consumo público, em encontros “tête-a-tête”, reservados, onde – nas convicções moro-dallagnóicas – ter-se-iam tratado de mutretas.
capasment
A Folha, Estadão e Globo esmeraram-se em manchetes escandalosas.
A defesa de Lula divulgou hoje um longo dossiê, onde reconstitui quase todas as “reuniões” alegadas no processo, mostrando que nada tem de reuniões privadas. E só não reconstitui todas porque a agenda presidencial existente no site do Palácio do Planalto foi inexplicável e estranhamente apagada para o período Lula.
É coisa de gente sem o menor escrúpulo, um verdadeiro conluio entre o Governo, o Ministério Público e a Justiça para buscar lançar suspeitas sobre atos que foram públicos e inerentes ao exercício da função presidencial.
Um verdadeiro escândalo, do qual me penitencio por desconfiar e não ter tido forças para seguir na apuração, por serem muitos documentos e eu um só.
Cheguei a começar um texto, já sobre o primeiro documento, em que registrei:

Paulo Roberto Costa, em 9 de fevereiro de 2007 – Aqui, o documento do Estadão e aqui a notícia  do site da Petrobras , que revela que “foi iniciada nesta sexta-feira (9/2) a produção comercial de gás natural do Projeto Manati, que estava em pré-operação desde 15 de janeiro. O início da produção foi marcado por uma cerimônia com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e do presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli de Azevedo, na estação de tratamento de gás, em São Francisco do Conde, a aproximadamente 100 quilômetros de Salvador.”
Pecado suprido pela defesa de Lula, que seguiu adiante e preparou um extenso documento que pode ser lido aqui, desmontando a farsa.
Poderia ler também amanhã nos jornais se tivéssemos jornais sérios, que tivessem a honradez de publicar que todas ou quase todas as “reuniões secretas” foram por eles noticiadas e, outra tratavam de questões gerais, com vários participantes ou eram meros eventos públicos, com acesso aberto e, portanto, nenhuma tratativa clandestina.
Mas, infelizmente não temos.
E a “pegadinha” Moro-MP-direção da Petrobras fica de “verdade”, como convém aos mentirosos.

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