Não há certeza sobre os motivos que o levaram a pegar em armas. Há a hipótese de vingança contra um soldado que violentara sua filha.
Esta revolta se distingue das outras que eclodiram no período regencial por ter sido um movimento popular, composto por escravizados, libertos, quilombolas, camponeses, vaqueiros, contra os grandes latifundiários da região.
Excluídos da vida política, discriminados por sua condição social e obrigados a servir no Exército, rebelaram-se contra a elite conservadora e combateram durante quatro anos as tropas do Império.
A possível causa da revolta foi a detenção do irmão do vaqueiro Raimundo Gomes, acusado pelo sub-prefeito da Vila da Manga.
No dia 13 de dezembro de 1838, Raimundo Gomes, com nove outros homens, invadiu o edifício da cadeia pública da povoação e libertou-o, reforçando seu grupo com os prisioneiros soltos e vinte e dois soldados encarregados da segurança policial da Vila.
Raimundo Gomes conseguiu o apoio de Lívio Pedro Moura, Mulungueta, e Manuel Balaio. Outro nome de vulto é o de Cosme Bento, o famoso líder quilombola Negro Cosme.
A repressão foi organizada. A liderança fico a cargo do então coronel Luís Alves de Lima e Silva. Com a sua recém criada Divisão Pacificadora, Luís Alves combateu os balaios com uma artilharia e um exército bem municiados.
Do outro lado, na mira dos canhões, homens, mulheres e crianças pobres, em sua maioria negros e mestiços, resistindo com o que tivesse em mãos, usando a tática de guerrilha rural.
O coronel Luís Alves receberia, mais tarde, o título de Barão de Caxias por esta campanha. Pouco tempo depois, viraria herói nacional com novo título nobiliárquico: duque de Caxias.
Enquanto isso, Manoel, Negro cosme e demais balaios foram tratados como bandidos, ou mesmo tiveram suas memórias silenciadas.
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