O governador de Pando, Leopoldo Fernández, admitiu à justiça boliviana, nesta quinta-feira (18), ter ordenado seus funcionários a interceptarem a marcha de camponeses até a capital do departamento, Cobija. Ele é acusado pelo massacre de, pelo menos, 16 agricultores, no dia 11, na cidade de El Porvenir. “A última coisa que eu disse ao Serviço Departamental de Estradas foi 'vão lá e me abram essas valetas. Se não tem formas de parar, me abram essas valetas'”.
Fernández se referiu aos buracos abertos na estrada para impedir que a marcha seguisse. Logo depois que os camponeses decidiram voltar, abriu-se fogo contra eles. O juiz que interrogou Fernández afirmou que “o imputado, em sua exposição, estabeleceu que tinha conhecimento do que acontecia dias antes e no mesmo 11 de setembro, quando de registraram mortes de muitas pessoas, inclusive de inocentes”.
Os veículos do Serviço Departamental de Estradas foram identificados por várias testemunhas, que afirmaram que eles trouxeram homens armados em suas caçambas. O juiz disse, ainda, que, com essa ação, o governador de Pando colaborou para a possibilidade de ocorrer confrontos, o que, de fato, aconteceu, “apesar de assinalar que tentou apaziguar os ânimos e não chegar ao enfrentamento”.
Ainda na quinta-feira, foram encontrados mais dois corpos em El Porvenir, de uma criança de dois anos e de um camponês adulto.
Fonte: Brasil de Fato.
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