Terra Magazine
Governo e CBF negam que Dilma queira retaliar Ricardo Teixeira
Marina Dias
Presidente da CBF disse que faria "maldade elástica" ao não conceder credenciais para desafetos na Copa de 2014.
Não é novidade que os preparativos para a Copa do Mundo de 2014 ameaçam trazer à tona conflitos de interesse entre o governo da presidente Dilma Rousseff e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Além, é claro, da poderosa Federação Internacional de Futebol (Fifa). No Palácio do Planalto, há quem diga que a presidente demorou a assinar o texto e enviá-lo a Câmara dos Deputados, na última segunda-feira (19), porque queria criar barreiras para que o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, não fizesse a "maldade" que prometeu em perfil publicado pela revista Piauí, de negar credenciais a seus desafetos na imprensa.
"Em 2014, posso fazer a maldade que for. A maldade mais elástica, mais impensável, mais maquiavélica. Não dar credencial, proibir acesso, mudar horário de jogo. E sabe o que vai acontecer? Nada. Sabe por quê? Porque eu saio em 2015", disse Teixeira à revista. Nos bastidores, Dilma exige que a Fifa defina regras claras para o credenciamento, com o objetivo de dificultar qualquer retaliação do presidente da CBF.
Em entrevistas a Terra Magazine, porém, tanto governo como a CBF negam o clima cinzento. "Não estou sabendo de nada disso (sobre Dilma querer impedir que Teixeira negue credenciais durante a Copa). O que sei é via imprensa, nunca ouvi nada sobre isso dentro do governo", afirmou Cândido Vaccarezza (PT-SP), líder do governo na Câmara. "Não acredito que isso tenha acontecido", completou o deputado.
Rodrigo Paiva, diretor de Comunicação da CBF e do Comitê Organizador Local (COL), explica que o Comitê "não dará nenhuma declaração, nenhuma palavra, quando o assunto for Lei Geral da Copa", mas nega que Ricardo Teixeira possa fazer suas maldades. "Essa história de credencial é um mito. Credencial em Copa do Mundo é questão de direitos, ninguém tem o poder, nem mesmo Ricardo Teixeira, de tirar ou dar credencial pra alguém", afirmou.
De acordo com o líder do governo, a Lei Geral da Copa será votada "daqui a um ou dois meses". "Será necessário passar por comissão e, depois, votar em plenário, mas ainda falta tempo", disse Vaccarezza.
Outros pontos de conflito da LGC envolvem a meia-entrada para idosos e estudantes, coisa com que a Fifa não concorda, além de garantias para parceiros comerciais e segurança durante os jogos. Parece que essa história ainda vai longe.
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