Mídia faz papel de oposição nas denúncias contra Orlando Silva
Por Esmael Morais
Já foi dito antes por aí que a velha mídia golpista denuncia, julga e executa qualquer cidadão que se coloque contrário aos interesses econômicos dela. Não importa se há provas, processos, o que importa é que há uma denúncia.
A bola da vez é o ministro do Esporte, Orlando Silva, responsável pelo comando da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016. Ele é vítima de uma armação executada pela revista Veja e coligados, que, vêm linchando-o publicamente há uma semana.
O policial João Dias Ferreira, que faz as denúncias contra o PCdoB e o ministro do Esporte, já desqualificado inúmeras vezes pela ficha corrida que possui, não apresentou e não tem provas concretas das acusações que faz. Mas o que isso importa, se o importante para a mídia é a denúncia em si?
A velha mídia, organizada no Partido da Imprensa Golpista (PIG), segue fazendo o papel de oposição ao governo de Dilma Rousseff. Derrubar ministros, fazer a presidenta sangrar, é o objetivo estratégico dos golpistas de plantão. O ministro em pauta é o caminho tático.
Se alguém tinha alguma dúvida de que a grande imprensa brasileira age como se fosse um partido político, aí vai um refresco para a memória. Em 1º de abril de 2010, Luiz Carlos Azenha anotou: “A presidente da ANJ (Associação Nacional de Jornais), Judith Brito, fala exatamente o que eu vinha dizendo como crítica. Ela fala: ‘Na situação atual, em que os partidos de oposição estão muito fracos, cabe a nós dos jornais exercer o papel dos partidos. Por isso estamos fazendo’”.
Nesta semana, o ator José de Abreu contou ao blogueiro Eduardo Guimarães, que o dono da revista, Roberto Civita, teria confessado que a Veja pretende derrubar o governo Dilma.
Os partidos oposicionistas formais existentes no país (PSDB, DEM, PSOL e PPS) não conseguiram travar o embate com o agigantado PCdoB no âmbito do parlamento. Frustrou-se na Câmara e no Senado diante de um seguro Orlando Silva decido a defender a própria honra e dos 90 anos luta do partido do qual é dirigente.
Se para o PCdoB a manutenção do ministro virou uma questão de honra, para o PIG também se tornou uma questão de honra derrubar o ministro. É a primeira vez que a velha mídia pega pela frente um osso duro de roer, pois, diferente de outras crises ministeriais, onde se destacavam rachas nas agremiações das quais pertenciam, os comunistas se uniram, buscaram apoios nos partidos aliados, têm capilaridade social, e contam com a solidariedade da quase totalidade da blogosfera e nas redes sociais.
Alguém terá que ceder. Ou velha mídia recua dos ataques ou a velha mídia recua dos ataques, não há outra opção, assevera o PCdoB, disposto a continuar guerreando até o fim.
No meio desse tiroteio está a presidenta Dilma. É ela — e somente ela – quem decide pela permanência dos ministros. Mas o PCdoB adiantou que não negocia a honra, afinal é a instituição de 90 anos que está sendo alvejada pelas denúncias de corrupção. Se Orlando deixar o Ministério, quase 100% de certeza, os comunistas também deixarão o governo.
A pergunta que o mundo político faz hoje é a seguinte: será que Dilma deixará ser governada pela mídia golpista e, logo mais, derrubada? Só a própria presidenta está habilitada a responder esta questão.
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