Patrulhas caçam slogans “reacionários” que aparecem nas ruas; censores fazem serão, policiais intensificam o monitoramento de dissidentes. À medida que o Partido Comunista se prepara para uma mudança – que ocorre apenas uma vez a cada década – de sua liderança, os funcionários do partido estão batalhando para suprimir rumores a respeito das atividades dos líderes e para varrer evidências de mal-estar público. Revelações de que a família do primeiro ministro, Wen Jiabao, adquiriu uma fortuna colossal durante seu mandato de uma década vieram à tona em má hora. O mesmo pode ser dito de uma manifestação violenta em uma grande cidade portuária.
Desde o fim da década de 1980 o partido nunca enfrentou tantos escândalos e crises tão perto de uma transição de liderança. O comitê central (integrado por 370 membros) iniciou uma reunião em Pequim para efetuar as preparações finais para o extravagante espetáculo da transição que começará em 8 de novembro. Este envolverá um congresso do partido ao qual comparecerão mais de 2.200 representantes do partido, seguido, alguns dias depois, pela coroação de um novo Politburo. Wen está entre aqueles que estão se aposentando (ele formalmente deixa seu posto de primeiro ministro em março).
Uma reportagem investigativa do New York Times de 25 de outubro causou estragos à reputação (cultivada por ele mesmo) de homem prosaico e de origens humildes de Wen. O jornal forneceu evidência de que membros familiares próximos adquiriram uma riqueza de cerca de US$ 2,7 bilhões. Essa revelação veio logo após um dos maiores escândalos do partido das últimas décadas que resultou na defenestração de um membro do Politburo, Bo Xilai, por supostamente acobertar o assassinato e pelo envolvimento de sua família em grandes esquemas de corrupção. Em junho, a Bloomberg, uma fornecedora de serviços noticiosos americana, publicou o resultado de sua própria investigação a respeito dos negócios da família de Xi Jinping, que assumirá o posto de chefe de partido de Hu Jintao nessa semana e o de presidente em março. As reportagens mostraram que os parentes de Xi também acumularam uma riqueza considerável.
As investigações confirmam rumores antigos a respeitos das famílias chinesas que lideram o país (embora a escala noticiada de suas fortunas atordoe até mesmo o mais resoluto dos cínicos). Elas confirmam a existência de um elo entre riqueza e poder no topo do sistema.
As tentativas do partido de controlar a mídia fracassaram em sustar uma série de artigos nos jornais oficiais que assinalam o que muitos intelectuais liberais consideram como um acúmulo de tensão social. Os escritos de Alexis de Tocqueville, historiados francês do século XIX, vêm contando uma procura renovada em livrarias e nos debates de blogueiros intelectuais. Seu argumento de que revoluções tendem a ocorrer não quando as condições estão em seu pior nível, e sim quando estão melhorando parece ter calado fundo naqueles que se preocupam com os rumos do país.
Desde o fim da década de 1980 o partido nunca enfrentou tantos escândalos e crises tão perto de uma transição de liderança. O comitê central (integrado por 370 membros) iniciou uma reunião em Pequim para efetuar as preparações finais para o extravagante espetáculo da transição que começará em 8 de novembro. Este envolverá um congresso do partido ao qual comparecerão mais de 2.200 representantes do partido, seguido, alguns dias depois, pela coroação de um novo Politburo. Wen está entre aqueles que estão se aposentando (ele formalmente deixa seu posto de primeiro ministro em março).
Uma reportagem investigativa do New York Times de 25 de outubro causou estragos à reputação (cultivada por ele mesmo) de homem prosaico e de origens humildes de Wen. O jornal forneceu evidência de que membros familiares próximos adquiriram uma riqueza de cerca de US$ 2,7 bilhões. Essa revelação veio logo após um dos maiores escândalos do partido das últimas décadas que resultou na defenestração de um membro do Politburo, Bo Xilai, por supostamente acobertar o assassinato e pelo envolvimento de sua família em grandes esquemas de corrupção. Em junho, a Bloomberg, uma fornecedora de serviços noticiosos americana, publicou o resultado de sua própria investigação a respeito dos negócios da família de Xi Jinping, que assumirá o posto de chefe de partido de Hu Jintao nessa semana e o de presidente em março. As reportagens mostraram que os parentes de Xi também acumularam uma riqueza considerável.
As investigações confirmam rumores antigos a respeitos das famílias chinesas que lideram o país (embora a escala noticiada de suas fortunas atordoe até mesmo o mais resoluto dos cínicos). Elas confirmam a existência de um elo entre riqueza e poder no topo do sistema.
As tentativas do partido de controlar a mídia fracassaram em sustar uma série de artigos nos jornais oficiais que assinalam o que muitos intelectuais liberais consideram como um acúmulo de tensão social. Os escritos de Alexis de Tocqueville, historiados francês do século XIX, vêm contando uma procura renovada em livrarias e nos debates de blogueiros intelectuais. Seu argumento de que revoluções tendem a ocorrer não quando as condições estão em seu pior nível, e sim quando estão melhorando parece ter calado fundo naqueles que se preocupam com os rumos do país.
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