A surpreendente inversão de pauta feita pelo relator Joaquim Barbosa, que decidiu votar as penas dos réus condenados do núcleo político antes daqueles do núcleo financeiro, como estava previsto, serviu para permitir ao presidente do STF, Ayres Britto, que se aposenta esta semana, participar da dosimetria do principal capítulo do julgamento do mensalão.
Essa foi a interpretação dada por advogados dos réus, que se queixaram da mudança no cronograma.
Ayres Britto já havia decidido que não deixaria prontos seus votos com as penas ao deixar o STF, a exemplo do que fez o ministro Cesar Peluzo ao se aposentar. Desta forma, como a fase da dosimetria não deve terminar esta semana, alguns condenados terão suas penas dadas por 11 ministros, outros por dez e alguns por apenas nove.
A condenação de José Dirceu ao regime fechado, com pena de dez anos e dez meses, e a de José Genoíno ao semiaberto, com seis anos e 11 meses, já era mais ou menos prevista pelos advogados dos réus, diante das manifestações feitas neste sentido pelos ministros em sessões anteriores.
Pelos cálculos dos advogados, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu deverá passar 22 meses preso, prazo a partir do qual poderá pedir progressão da pena para o regime semiaberto.
Em tempo (atualização às 18h32):
O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, terceiro integrante do chamado núcleo político no julgamento do mensalão, também foi condenado a cumprir pena em regime fechado. Delúbio foi condenado a nove anos e um mês de prisão.
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