Também com um zé banana na chefia, esperar o que?
Briga por verba reflete a briga contra Dilma na PF
Esta é a PF seletiva, dois pesos e duas medidas, do Zé.
Fazem o querem e não tem penalização.
http://www.marceloauler.com.br/briga-por-verba-reflete-a-briga-contra-dilma-na-pf/#more-2066
Briga por verba reflete a briga contra Dilma na PF
Esta é a PF seletiva, dois pesos e duas medidas, do Zé.
Fazem o querem e não tem penalização.
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Briga por verba reflete a briga contra Dilma na PF
Marcelo Auler
A
chiadeira dos delegados federais na suposta defesa do orçamento da
instituição para 2016 na verdade esconde um jogo político grande e
acirrado. Há de tudo um pouco, mas o principal mote de muitas das
reclamações, em especial de um grupo cujo tamanho não é possível ainda
mensurar, é a briga política contra o governo de Dilma Rousseff, o
ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, Lula e o Partido dos
Trabalhadores.
Logo,
se constata que o que existe é uma briga política, pois muitas das
críticas partem de pessoas as quais, embora se apresentem como
defensoras da instituição, no fundo estão fazendo campanha política com
interesses variados. Algumas delas, campanha direta contra o governo.
Basta
verificar várias postagens que circularam durante 2014 e 2015 no
Facebook dos delegados de Polícia Federal,como a da foto ao lado, que
rola na rede social desde março passado, bem antes de se saber do corte
orçamentário
Até
hoje, como declarou Cardozo na quarta-feira (06/01), não faltaram
recursos. Por isso, ele cobra do superintendente do Paraná, Rossalvo
Ferreira Franco, explicações sobre o pedido de verba extra feito ao juiz
Sérgio Moro para compras de peças de carro e pagamento da luz.
O
pedido pode ter sido indevido, com base no Manual de Bens Apreendidos,
do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), conforme mostrou Fernando Brito
em A “doação” de Moro para a PF: “embora não seja apropriado”?,
no blog Tijolaço.com.br. Ele foi além e descobriu que apesar de
requisitar R$ 172 mil ao juiz, a SR/DPF/PR dispunha de verba
orçamentária, duas vezes maior – R$ 409 mil -, para estas despesas. Isto
Brito mostrou na reportagem Dr. Moro, desculpe, erramos. Não eram R$ 202 mil em peças para carros da PF , eram R$ 409 mil.
Na
quarta-feira, o ministro Cardozo falou que a prova maior de que não
falou verba no Paraná foi a devolução, por parte da superintendência, de
R$ 3 milhões que não foram utilizados no exercício de 2015.
Na
briga política entre delegados e o governo Dilma, o Sindicato dos
Delegados do Paraná e a Associação Nacional dos Delegados Federais
emitiram nota na tarde desta quinta-feira (07/01), de solidariedade ao
superintendente do DPF naquele estado. Mais uma vez se apegam à Operação
Lava Jato para passarem a ideia de que o governo do PT está contra
combaterem a corrupção. As duas entidades desmentem o ministro
garantindo que a Superintendência não devolveu dinheiro algum e a
Delegacia de Foz de Iguaçu terminou o exercício com um rombo de R$ 2
milhões. Com isso, justificam o dinheiro pedido ao juiz.
“Assim,
demonstrado que a aceitação do mencionado montante não se deu em razão
de má gestão ou malversação do dinheiro público, na medida em que é
notório que o Delegado de Polícia Federal Rosalvo Ferreira Franco e sua
equipe estão realizando um trabalho exemplar em prol da população
brasileira, mormente no combate à corrupção, as entidades signatárias
vêm à público reafirmar seu incondicional apoio a estes no sentido de
repudiar qualquer ato falacioso que vise denegri-los ou a qualquer
integrante da Polícia Federal”, encerra a nota.
Desrespeito ao regulamento
– As desavenças entre delegados e governo do PT são antigas, Muitas
delas começaram após a saída do primeiro diretor do DPF no governo Lula,
Paulo Lacerda. Mas se exacerbaram nos últimos anos, após os escândalos
do Mensalão e da Lava Jato. Desde então as postagens dos delegados no
Facebook deixaram de ser mero exercício do direito à liberdade de
opinião para passarem a atropelar o previsto no Decreto Nº 59.310, de 23 de setembro de 1966, Trata-se do Regimento Jurídico da Carreira que estipula deveres e direitos dos policiais federais.
Estas
postagens, não apenas desrespeitam autoridades e atos administrativos
(parágrafo primeiro do Art. 364) como também podem ferir, dependendo da
interpretação, o parágrafo XII do mesmo artigo que proíbe “valer-se do
cargo, com o fim ostensivo ou velado, de obter proveito de natureza
político-partidária para sim ou para outrem” (veja quadro). O que tem
faltado no DPF na gestão do diretor geral Leandro Daiello Coimbra e
também pelo ministro Cardozo, é comando e liderança.
Impunidade gera abusos -
A atual direção e o ministro deixaram impunes fatos como o ocorrido na
véspera das eleições de 2014. Na época, um grupo de delegados da Lava
Jato postou no Facebook mensagens criticando o governo Dilma, sua
candidatura e apoiando Aécio Neves. Foi campanha política pura, mas nada
aconteceu aos seus autores. Talvez por medo da direção geral de punir
delegados que estavam nas páginas do noticiário com heróis pelas prisões
da Operação Lava Jato.
Da
mesma forma como nada aconteceu quando começaram a surgir denúncias de
irregularidades na SR/DPF/PR. Foram várias, do grampo ilegal instalado
na cela de Alberto Youssef, ao vazamento de um rascunho da delação
premiada do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, quando ele estava
na carceragem da superintendência. Passam ainda pelo grampo no
fumódromo, pelo vazamento seletivo de informações para jornalistas
escolhidos a dedo, pelo uso de celular por Youssef na cela, pela
apresentação de uma sindicância que hoje se tem como inverídica diante
dos fatos já levantados, pelo falso testemunho de delegados diante de um
juiz federal entre outras.
A
liberalidade foi como um sinal verde. E aa página do Facebook, como
mostram alguma postagem que o blog recebeu, mais do que crítica à
política do governo, passou ao deboche das autoridades, entre elas a
presidente Dilma, como na foto no alto desta postagem, e o ministro
Cardozo, nas fotos, acima, em que ele foi tratado como palhaço, e ao
lado, com uma charge em que é tratado como cachorro de Lula.
Quando
a briga não é para derrubar o governo é por aumento de salários, em uma
velha disputa que delegados federais travam para se equipararem aos
membros do Ministério Público Federal.
Sobrou para Paula Rousseff - Nessa disputa, atingiram até a filha da presidente Dilma Rousseff, Paula Rousseff Araujo, que,
em 2003 – bem antes, portanto, de a mãe ser escolhida para suceder Lula
– foi aprovada em concurso no Ministério Público do Trabalho – carreira
que faz parte do Ministério Público Federal.
Entre
seus colegas, pelo que o blog ouviu de uma procuradora do trabalho, ela
é respeitada como séria e dedicada. Ainda assim, virou alvo das
críticas de delegados, por conta do velho anseio de serem equiparados à
carreira do MPF.
Em
uma reprodução de postagens, o delegado Armando Rodrigues Coelho Neto,
aposentado, com um trabalho elogiável a favor das rádios comunitárias e
pessoalmente bastante crítico aos que defendem o impeachment da
presidente, levou à pagina dos delegado federais o valor do salário
de Paula, com o comentário: “maior que um DPF com 30 anos de serviço.
Isso é salário moral? #issonãoémoral”.
A
remuneração dela é a da categoria: procuradores do trabalho. Mas, por
ser maior que o dos delegados, gera o movimento de protesto como se
fosse um salário específico, beneficiando-a por ser filha de quem é.
Apoio da Maçonaria -
Na verdade, há de tudo nesta discussão em torno do orçamento da Polícia
Federal. Em alguns casos, a preocupação com a falta de verba em, si,
pode não ser o mote maior.
Apela-se
também para todo o tipo de denúncia. E para todos os tipos de aliança.
Como, por exemplo, os Maçons do Brasil, que defendem abertamente o
impeachment da presidente, a derrubada do PT e de Lula, considerados
comunistas.
Eles,
inclusive, prometem um ato em 19 de fevereiro quando estarão no
Congresso Nacional para protestar contra a corrupção e, obviamente,
endossar o coro pró-impeachment.
Ressalte-se
que muitos delegados e policiais federais – como o superintendente do
Paraná, Rosalvo -, são maçons. Outros, ao menos, parecem apoiados por
eles. A delegada Tânia Prado, diretora regional em São Paulo da
Associação Nacional dos Delegados da PF e uma das articuladoras da
mobilização da categoria contra o que classificam de ‘sucateamento’ da
corporação, por exemplo, aparece nas páginas dos maçons e leva as
postagens deles para a dos delegados federais, como ao lado.
Já
na página “Avança Brasil Maçons BR” uma postagens mostra e-mail da
superintendência em Brasília. Nele, no dia 22 de dezembro, o setor de
logística comunicou que zerou a cota de combustível do ano e que o
atendimento rotineiro voltará a acontecer a partir de 1 de janeiro.
Trata-se
de documento interno da Polícia que vazou. Serviu para mais uma
propaganda de que o governo Dilma estaria cortando verbas da Polícia
Federal. Esquecem apenas que ele se relaciona ao orçamento de 2015,
previsto em 2014 e executado durante os onze meses e vinte e dois dias
do ano que terminaria nove dias depois, dos quais cinco praticamente
feriados e fins de semana.
O e-mail
não diz que não haverá mais combustível, pois admite que podem ocorrer
situações de urgência. Alerta apenas que nesses casos – e se houvesse
operação ou alguma diligência, certamente seria uma delas – “deverão se
apresentadas ao Exmo. Superintendente Regional para autorização do
atendimento”.
Mas
a postagem dos maçons fala em “desmanche da PF após o corte do
orçamento”. Corte programado para o orçamento de 2016 e que, portanto,
nem sequer aconteceu – nem se sabe se acontecerá. Mas já é apontado como
responsável por uma situação excepcional, ocorrida em dezembro, no
final do exercício financeiro. E que em momento algum paralisou a
superintendência de Brasília. Muito menos a Polícia Federal como um
todo. Ou seja, não passou de mais uma típica propaganda contra o
governo, feita com base em documento vazado de dentro da
superintendência.
Por
isso é que é preciso muito cuidado ao se deparar com a campanha que
esbraveja por conta dos cortes do orçamento que foi previsto, mas ainda
não ocorreu. Na verdade, pode estar havendo uma grande manipulação.
Afinal, com servidores assim, dispensa-se oposição partidária.
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