domingo, 14 de maio de 2017

POLÍTICA - Armadilha para Globo?

Depoimento de Palocci seria armadilha para a Globo e grandes bancos


A intenção de promover uma delação premiada e potencialmente explosiva, por parte de Palocci, foi confirmada pelo advogado José Roberto Batochio, de quem o político foi cliente há mais de uma década


Por Redação – de São Paulo

A decisão do médico e ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci de negociar um acordo de delação premiada não éuma novidade para o PT. Líderes da legenda, segundo fonte próxima à direção nacional do partido, teriam concordado com a estratégia do ex-ministro da Fazenda, no governo do ex-presidente Lula. Em seu depoimento, Palocci deverá nominar os acordos fechados com grandes grupos de comunicação e as maiores instituições bancárias do país.
— Palocci tende a relatar os repasses feitos às grandes redes de TV, inclusive a Globo, e parcela da mídia impressa ligada à ultradireita. Ele também tende a detalhar a participação de grandes bancos, nacionais e estrangeiros. Aqueles que facilitaram o trânsito de recursos não contabilizados nas campanhas que ele coordenou — disse a fonte à reportagem do Correio do Brasil, na tarde deste sábado, em condição de anonimato
Palocci
Palocci ressaltou que a sua empresa prestava serviços como palestras para grupos empresariais
A intenção de promover uma delação premiada e potencialmente explosiva, por parte do ex-deputado petista, foi confirmada pelo advogado José Roberto Batochio. O político tem sido cliente do escritório há mais de uma década. Por determinação de Palocci, o escritório foi dispensado dos dois processos referentes à Operação Lava Jato que correm na 13ª Vara Federal de Curitiba. Trata-se do tribunal do juiz Sérgio Moro, responsável pelo julgamento destes processos.

Ligações complicadas

Em nota, Batochio diz que seu afastamento se deu “em razão de o ex-ministro haver iniciado tratativas para celebração do pacto de delação premiada com a Força Tarefa da Lava Jato. Espécie de estratégia de defesa que os advogados da referida banca não aceitam em nenhuma das causas sob seus cuidados profissionais”.
O advogado atuou na defesa de Palocci em casos rumorosos. Inclusive naquele que o levou à renúncia do Ministério da Fazenda. O cliente foi acusado de violar o sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa. O ex-ministro terminou absolvido no processo.
Palocci transitava, com desenvoltura, no meio empresarial brasileiro. Com ênfase junto às concessões públicas de rádio e TV. E junto às diretorias dos maiores bancos privados do país.
— Uma vez registrados os crimes, em depoimento às autoridades, ficará difícil evitar que a Globo e os outros canais de TV possivelmente citados escapem de pesados inquéritos na Operação Lava Jato. Ao longo de 15 anos, os governos de Lula e da presidenta deposta Dilma Rousseff despejaram uma fortuna em empresas de comunicação. Foram mais de R$ 6 bilhões, apenas nos veículos de comunicação das Organizações Globo — acrescenta a fonte.
E ressalva que estes valores estão legalmente registrados, “mas há suspeita de que há dinheiro ilegal em outras operações”.

Conta do PT

O ex-ministro iniciou suas tratativas para um acordo de delação premiada nesta quinta-feira, segundo seus advogados. Ele resolveu falar à Justiça após os depoimentos dos publicitários João Santana e Mônica Moura. Ambos afirmaram que Palocci era o responsável pelo pagamento de recursos não declarados, nas campanhas do PT à Presidência.
Durante seu primeiro depoimento ao juiz Moro, o líder petista anunciara sua proposta de confessar por crimes que praticou. E prometeu revelar os nomes de seus cúmplices, tanto na mídia, quanto no sistema bancário. Primeiramente, o médico pediu, junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), um habeas corpus para que respondesse aos processos, em liberdade.
O juiz Sérgio Moro se opôs. Haveria indícios de cerca de R$ 150 milhões em um conta do PT, junto à construtora Odebrecht. O pedido de liberdade ainda será julgado pelo Plenário da Corte. Palocci nega ter atuado como intermediário de caixa 2 para o PT e se colocou à disposição da Justiça.
— Acredito que posso dar um caminho que talvez vá dar um ano de trabalho. Mas é um trabalho que faz bem ao Brasil — disse ao juiz.
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