A intenção de promover uma delação premiada e potencialmente explosiva, por parte de Palocci, foi confirmada pelo advogado José Roberto Batochio, de quem o político foi cliente há mais de uma década
Por Redação – de São Paulo
A decisão do médico e ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci de negociar um acordo de delação premiada não éuma novidade para o PT. Líderes da legenda, segundo fonte próxima à direção nacional do partido, teriam concordado com a estratégia do ex-ministro da Fazenda, no governo do ex-presidente Lula. Em seu depoimento, Palocci deverá nominar os acordos fechados com grandes grupos de comunicação e as maiores instituições bancárias do país.
— Palocci tende a relatar os repasses feitos às grandes redes de TV, inclusive a Globo, e parcela da mídia impressa ligada à ultradireita. Ele também tende a detalhar a participação de grandes bancos, nacionais e estrangeiros. Aqueles que facilitaram o trânsito de recursos não contabilizados nas campanhas que ele coordenou — disse a fonte à reportagem do Correio do Brasil, na tarde deste sábado, em condição de anonimato
A intenção de promover uma delação premiada e potencialmente explosiva, por parte do ex-deputado petista, foi confirmada pelo advogado José Roberto Batochio. O político tem sido cliente do escritório há mais de uma década. Por determinação de Palocci, o escritório foi dispensado dos dois processos referentes à Operação Lava Jato que correm na 13ª Vara Federal de Curitiba. Trata-se do tribunal do juiz Sérgio Moro, responsável pelo julgamento destes processos.
Ligações complicadas
Em nota, Batochio diz que seu afastamento se deu “em razão de o ex-ministro haver iniciado tratativas para celebração do pacto de delação premiada com a Força Tarefa da Lava Jato. Espécie de estratégia de defesa que os advogados da referida banca não aceitam em nenhuma das causas sob seus cuidados profissionais”.O advogado atuou na defesa de Palocci em casos rumorosos. Inclusive naquele que o levou à renúncia do Ministério da Fazenda. O cliente foi acusado de violar o sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa. O ex-ministro terminou absolvido no processo.
Palocci transitava, com desenvoltura, no meio empresarial brasileiro. Com ênfase junto às concessões públicas de rádio e TV. E junto às diretorias dos maiores bancos privados do país.
— Uma vez registrados os crimes, em depoimento às autoridades, ficará difícil evitar que a Globo e os outros canais de TV possivelmente citados escapem de pesados inquéritos na Operação Lava Jato. Ao longo de 15 anos, os governos de Lula e da presidenta deposta Dilma Rousseff despejaram uma fortuna em empresas de comunicação. Foram mais de R$ 6 bilhões, apenas nos veículos de comunicação das Organizações Globo — acrescenta a fonte.
E ressalva que estes valores estão legalmente registrados, “mas há suspeita de que há dinheiro ilegal em outras operações”.
Conta do PT
O ex-ministro iniciou suas tratativas para um acordo de delação premiada nesta quinta-feira, segundo seus advogados. Ele resolveu falar à Justiça após os depoimentos dos publicitários João Santana e Mônica Moura. Ambos afirmaram que Palocci era o responsável pelo pagamento de recursos não declarados, nas campanhas do PT à Presidência.Durante seu primeiro depoimento ao juiz Moro, o líder petista anunciara sua proposta de confessar por crimes que praticou. E prometeu revelar os nomes de seus cúmplices, tanto na mídia, quanto no sistema bancário. Primeiramente, o médico pediu, junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), um habeas corpus para que respondesse aos processos, em liberdade.
O juiz Sérgio Moro se opôs. Haveria indícios de cerca de R$ 150 milhões em um conta do PT, junto à construtora Odebrecht. O pedido de liberdade ainda será julgado pelo Plenário da Corte. Palocci nega ter atuado como intermediário de caixa 2 para o PT e se colocou à disposição da Justiça.
— Acredito que posso dar um caminho que talvez vá dar um ano de trabalho. Mas é um trabalho que faz bem ao Brasil — disse ao juiz.
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