POLÍTICA - Bresser Pereira e a lógica das delações.
"Aquele ameaçados por sentenças elevadas são presos sem base
legal – sem que ameacem fugir ou impedir o funcionamento da justiça – e
são mantidos presos até que façam uma delação de acordo com as suspeitas
dos procuradores e do juiz. Ao mesmo tempo, as delações são vazadas
para a imprensa, para que a sociedade continue a apoiar a Lava Jato e os
acusados já sejam desmoralizados antes de qualquer prova contra eles",
descreve, seco e objetivo, o economista Luiz Carlos Bresser-Pereira, um
dos fundados do PSDB; "Definitivamente, não foi para isso que nós,
brasileiros, lutamos pela democracia", lamenta
Por Luiz Carlos Bresser-Pereira, em seu Facebook:
Lógica da segunda fase da operação Lava Jato
A operação Lava Jato teve duas fases. A primeira foi a da descoberta
de um grande esquema de corrupção na Petrobras pela Polícia Federal, a
ação de sua força tarefa de prender e processar os criminosos e a do
juiz Moro de condená-los; foi um grande momento do sistema judiciário
brasileiro; o Brasil tornou-se maior. Muito diferente vem sendo sua
segunda fase – a das delações premiadas. A lógica agora não é mais a da
justiça, mas a da moralização autoritária envolvendo abuso de direitos.
Aquele ameaçados por sentenças elevadas são presos sem base legal – sem
que ameacem fugir ou impedir o funcionamento da justiça – e são mantidos
presos até que façam uma delação de acordo com as suspeitas dos
procuradores e do juiz. Ao mesmo tempo, as delações são vazadas para a
imprensa, para que a sociedade continue a apoiar a Lava Jato e os
acusados já sejam desmoralizados antes de qualquer prova contra eles.
Definitivamente, não foi para isso que nós, brasileiros, lutamos pela
democracia.
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