Gilmar diz que Lava Jato faz reféns para ter apoio popular
Em resposta ao pedido de impeachment feito contra ele pelo Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, Gilmar Mendes disparou, na Folha, não sobre o procurador, mas sobre todo o esquema que deu ao MP poder para ousar um pedido deste naipe.
(...)há uma luta pela opinião
pública. O apoio dela (a Lava Jato) está associado a ter reféns desse
grau.Como tem sido divulgado [por integrantes da Lava Jato], o sucesso
da operação dependeria de um grande apoio da opinião pública. Tanto é
assim que a toda hora seus agentes estão na mídia, especialmente nas
redes sociais, pedindo apoio ao povo e coisas do tipo.
É uma tentativa de manter um apoio permanente [à Lava Jato]. E isso obviamente é reforçado com a existência, vamos chamar assim, entre aspas, de reféns.
Gilmar Mendes sabe perfeitamente que reféns são moeda de troca de sequestradores e de chantagistas.É uma tentativa de manter um apoio permanente [à Lava Jato]. E isso obviamente é reforçado com a existência, vamos chamar assim, entre aspas, de reféns.
Foi do que, portanto, chamou a associação entre Moro, os procuradores da Força Tarefa e o próprio procurador-geral, que a eles se associou nessa empreitada de demolição do sistema político brasileiro e não apenas de suas partes podres.
Ele acusa o MP e Moro de uma busca por poderes extra-legais e absolutos:
A tentativa de jogar a opinião
pública contra juízes parece legítima no jogo democrático. Mas ela não é
legítima quando é feita por agentes públicos. O que se quer no final?
Cometer toda a sorte de abusos e não sofrer reparos.
Mendes, porém, por razões óbvias, deixa de mencionar o instrumento de
realização deste “populismo judicial”, a mídia, responsável por ter
levado os arreganhos de poder curitibanos a empolgarem uma parcela
considerável da população e tornarem-se um pólo de poder no país.Ao ponto de, distorcidos os papéis institucionais, não se poder mais afirmar que este é um desvio localizado e que não se espalha pelo corpo do Judiciário e do Ministério Público. As instituições, como um todo, estão contaminadas e é preciso que decisões fortes apliquem sobre elas um “detox” saneador.
Mas quem o fará?
Gilmar pôs o guizo no gato, mas o gato continua sendo o gato se não o obrigarem a recolher garras e presas.
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