quarta-feira, 24 de maio de 2017

POLÍTICA - A lavanderia Perrela, do homem do helicóptero com 500 kg de cocaina.


Interrogatório da Polícia Federal mostra que primo e assessor de Aécio receberam parte do dinheiro entregue pela JBS depois que o montante passou pela empresa da família Perrela. Documento também revela relação misteriosa entre Aécio e doleiro 

Foto: Georgi Gianni/PSDB
Jornal GGN - A Lava Jato suspeita que a Tapera Participações e Empreendimentos Agropecuários, empresa da família Perrela, foi usada por Aécio Neves para lavar a propina de R$ 2 milhões que a cúpula da JBS afirma ter pago ao senador do PSDB.
O Ministério Público Federal tem provas de que o primo de Aécio, Frederico Pacheco, preso no último dia 18, retirou os valores com o executivo Ricardo Saud, na sede da JBS, em São Paulo, em quatro oportunidades, ao longo do mês de abril. 
Quando o escândalo estourou, na semana passada, a Lava Jato revelou registros de Fred entregando uma das malas com R$ 500 mil ao assessor parlamentar de Aécio, Menderson Lima Souza, que teria levado o dinheiro Minas Gerais. O valor entrou na conta da Tapera.
O que aconteceu a partir daí ainda não foi completamente divulgado, mas o interrogatório de Fred na Polícia Federal, no dia de sua prisão, indica que parte da suposta propina foi destinada ao primo e ao assessor de Aécio depois de passar pela empresa de Perrela.
Na Superintendência da Polícia Federal em Minas Gerais, o delegado Luiz Augusto Nogueira perguntou a Fred a razão de sua empresa, a Frederico Facheco Empreendimentos, ter recebido um depósito de R$ 165 mil da empresa da família Perrela. O primo de Aécio não quis responder.
Fred também usou o direito constitucional de permanecer em silêncio quando a PF indicou que o assessor de Aécio "realizou provisionamento de saque junto ao banco Bradesco, no valor de R$ 103 mil, da conta da empresa Tapera, cujo sócio majoritário é Gustavo Perrela (filho de Zezé Perrela)", dono do famigerado helicóptero apreendido com quase meia tonelada de pasta de cocaína em meados de 2013.
Segundo o relatório da Polícia, esse provisionamento ocorreu um dia depois da JBS ter pago a segunda parcela do montante combinado com Aécio. 
No mesmo interrogatório, também há perguntas sobre a relação de Fred ou Aécio com o doleiro Gabi Amine Toufic Amad e com a empresa Emn Auditoria, de Euler Mendes Nogueira, alvo de busca e apreensão na operação Patmos. Ele é ex-auditor fiscal do Cruzeiro.
Em vídeo divulgado na noite de terça (23), poucos dias após a prisão da irmã, Andrea Neves, e do primo Fred, Aécio disse que não praticou nenhuma irregularidade ao pedir um empréstimo pessoal a Joesley Batista. Ele explicou que ofereceu a venda de um imóvel para levantar fundos para pagar sua defesa na Lava Jato, pois não fez "dinheiro na vida pública". E Joesley teria negado a transação, oferecendo o empréstimo que se provou uma verdadeira armadilha criada por um pretenso delador.
Aécio, contudo, não explicou o papel de Fred e seu assessor parlamentar na retirada do dinheiro da JBS. Tampouco citou o uso da empresa de Perrela como intermediária no pagamento.
Saud, por sua vez, disse que Aécio recebeu a propina porque tinha poder e influência, mesmo derrotado em 2014, e poderia prejudicar os negócios da empresa.
O documento está em anexo.





No arquivo ainda consta que Andrea Neves também se negou a colaborar com a Polícia Federal enquanto não tiver acesso ao processo.


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