Obama se lança à reeleição e lidera contra todos os republicanos.
Pedro do Coutto
O presidente Barack Obama antecipou o lançamento de sua candidatura a um novo mandato nas eleições de 2012 e hoje, de acordo com pesquisa divulgada pelo site Real Clear Politics, derrotaria todos os candidatos do Partido Republicano, seja qual for ele. As melhores matérias sobre o assunto foram publicadas pelo O Estado de São Paulo, reportagem de Denise Crispim Marin, correspondente em Washington, e pela Folha de São Paulo, matéria de Álvaro Fagundes, de Nova Iorque. A pesquisa do Real Clear Politics saiu no Estado de São Paulo. As duas edições são de 5 de abril.
Barack Obama não está com sua popularidade no alto, como esteve em 2008, mas bateria, hoje, qualquer um nas urnas. No Partido Democrata, o atual presidente é o único candidato. Entre os Republicanos os mais fortes adversários são os ex-governadores de Massachussets e Arkansas, Mitt Romney e Mike Huckabee. Os dois, entretanto, perderiam para Obama por 47 a 42 pontos. A ex governadora do Alasca, Sarah Palin, que há três anos concorreu a vice na chapa John Mcain, perderia disparado por 56 a 36%.
O ex-presidente da Câmara dos Representantes, Newt Gingrich ficaria na mesma situação de Sarah Palin. O ex-governador de Minnesota, Tim Pawlenty seria derrotado com maior facilidade ainda. Contra ele, o atual ocupante da Casa Branca venceria por 48 a 32%. A impressão que se tem é a de que o quadro Republicano está esgotado. Não se renovou de 2008 a 2011. Apresenta sinais de esgotamento. E não dispõe de nenhum herói nacional acima das legendas, como foi o caso de Eisenhower, em 1952, interrompendo uma hegemonia democrata que nasceu com Roosevelt, em 32, e continua com Harry Truman, que o sucedeu em sua morte, abril de 45, e reelegeu-se em 48. Os democratas, assim, apresentam sinais de firmeza no quadro partidário.
Era de esperar. É praticamente impossível um presidente da República perder a indicação para o segundo mandato na convenção partidária. Não há exemplo na história americana. Houve uma tentativa, pró forma, de Edward Kennedy, em 80, contra a reeleição de Jimmy Carter, mas não funcionou. Aliás vale uma observação. A presidência dos Estados Unidos foi oferecida a Ted Kennedy em 76, mas ele não se inclinou a disputar. Se disputasse, claro, seria vitorioso.
Jimmy Carter foi derrotado por Gerald Ford, que havia sucedido a Richard Nixon no episódio da renúncia em face do escândalo Watergate. Que dirá Kennedy? Ford era um deputado que presidia a Câmara, e era o vice porque o vice de Nixon, Spiros Agnew, havia perdido o mandato por corrupção. Spiros fora governador da Flórida.
A política é assim. Às vezes quadros partidários se esgotam. Veja-se no Brasil o exemplo do PSDB. Perdeu com Serra em 2002, com Alckmim em 2006, novamente com José Serra em 2010. Só resta de pé o senador Aécio Neves. Mas será difícil subir. Primeiro porque se único caminho é a oposição e fazer oposição não é seu estilo. Segundo, porque a popularidade de Dilma Rousseff segue firme. Mas esta é outra questão.
Nos Estados Unidos, Obama largou bem à frente de qualquer de seus adversários. A meu ver, quando a campanha começar para valer, a tendência é ampliar a vantagem de hoje. É um candidato fantástico nas ruas, na TV, nas urnas.
Fonte: Tribuna da Imprensa.
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