“Tadinha” da CIA, ela é tão bobinha…
Combates na invasão na Baía dos Porcos não foram "conto da carochinha"
A Folha de S. Paulo publica hoje uma londa entrevista do sr. Peter Kornbluh, diretor do projeto Cuba do National Security Archives, instituição governamental americana que administra os arquivos – ainda parcialmente secretos – da espionagem do EUA.
Cândidamente, este senhor tenta fazer crer que o fracasso da tentativa de invasão a Cuba, na Baía dos Porcos, foi quase deliberado e nada teve a ver com a resistência que os cubanos opuseram ao desembarque de mercenários e agentes americanos, há 50 anos, em Playa Girón.
Se acreditarmos piamente em sua narrativa, vamos nos convencer que a CIA nem mesmo coseguiria acertar um sorvete na testa: erraria a testa.
Vejam só estes trechos:
“Primeiro pensaram em criar pequenas células de infiltrados que seriam levados a Cuba e teriam armas fornecidas por aviões que as jogariam do ar. (…)Tentaram levar os infiltrados, mas os camponeses os entregaram às autoridades imediatamente. Foram presos, interrogados, e contaram onde as armas seriam jogadas e as datas. Quando os aviões levaram as armas, os militares cubanos estavam lá esperando por elas. Acabamos armando o Exército (cubano).“
Depois, diz que todos sabiam que não iria dar certo, mas que levaram o plano em frente por causa da repercussão que teria junto aos 1,5 mil exilados cubanos envolvidos na operação e a tornar-se público que os EUA patrocinavam uma invasão. Ora, até parece que ian ter tamanha consideração com os exilados e que fazer a invasão não tornaria tudo público.
Claro que houve o que nós chamamos de “bateção de cabeça” naquela operação, e essa informação nem é nova. Faz parte do livro “Por dentro da Companhia”, do ex-agente da CIA Phillip Agee, que foi duramente perseguido pelo governo Americano, teve seu passaporte cancelado, expulso da Inglaterra onde procurou proteção durante a após a publicação do livroe finalmente, ido para Cuba, onde morreu em 2008.
Mas a CIA nada tem de amadora ou ineficiente, e muito menos está extinta. E é impressionante a desfaçatez com que um país confessa que armou uma invasão a outro, que despachou bombardeiros contra outra nação, que tentou assassinar um governante sem que venha daí nenhuma condenação moral.
E o mais grave, não há nenhuma condenação pelo fato de os EUA manterem como possessão, há um século, e por “arrendamento perpétuo” estabelecido em 1903, um pedaço do território cubano: Guantánamo, palco de uma das vergonhas dos tempos atuais: as prisões ilegais às quais Barack Obama prometeu dar fim e, até agora, permanecem afrontando o direito internacional.
Fonte:Blog Tijolaço.
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