domingo, 4 de setembro de 2011

POLÍTICA - Ataques da imprensa serviram para revigorar e unir o PT.

PT sai fortalecido e revigorado após o seu IV Congresso

Regulação e democratização da imprensa
O IV Congresso do Partido dos Trabalhadores ocorreu uma semana após a "trambiqueira" matéria de Veja, mal intencionada e costurada por ilações que apenas um vidente poderia, mesmo à sombra das incertezas, afirmar o que foi publicado pelo panfleto conservador.

Este fato trouxe ânimo e coragem para tocar no assunto proibido, apenas para a mídia brasileira, do marco regulatório da imprensa. O PT vai pressionar os parlamentares para a aprovação de um projeto que torne a democratização da comunicação, garanta liberdade de imprensa, direito a opinião e nenhuma censura de conteúdo, algo politicamente viável. Além de buscar restringir a propriedade cruzada dos meios de comunicação, a proposta visa proibir que parlamentares recebam concessões de rádio, televisão e jornal.

Este tema é espinhoso e deverá receber várias críticas da oposição e até aliados, é uma batalha duríssima a ser travada no Congresso.

José Dirceu no centro do palco político

O IV Congresso do PT significou mais, trouxe de volta ao centro do palco político José Dirceu, sem qualquer constrangimento por parte da cúpula partidária, nem tampouco da presidenta Dilma ou de Lula. José Dirceu saiu fortalecido do episódio nefasto protagonizado pelo semanário da editora Abril e mereceu enfáticos apoios públicos das principais lideranças do partido.

Juventude como esperança de renovação

O PT procura reinventar-se, buscar novas teses sem perder sua essência. A direção do partido sabe que, cedo ou tarde, todo o discurso de avanço social e diferença política dos governos de Lula e Dilma sobre o governo de FHC se perderá na acomodação que as conquistas sociais provocam nas pessoas. Será preciso ir além, transparecer e propagar quais programas o partido e seus aliados apresentam como o melhor para o país, de maneira irrefutável, porque a memória dos mais jovens e a segurança econômica dos mais acomodados pode ceder às tentações eleitorais do "discurso novo" proferido pelos velhos praticantes do entreguismo nacional.

O PT precisa ser o atrativo para os mais jovens na política e reacender a chama da justiça social que partido buscou hegemonizar em seus governos. Os mais jovens precisam estar ao lado destas idéias para o futuro do partido permanecer vencedor na sociedade organizada e fortalecer ainda mais as bases sociais, tornar cultural tais bandeiras na sociedade, pelo contraste das defesas ideológicas na hora da escolha dos diversos porta-estandartes partidários que o pleito eleitoral apresenta ao eleitor.

Reforma para democratizar o acesso a política

E nesse contexto a reforma política, com financiamento público de campanha, apresenta as mínimas condições de participação do cidadão no embate eleitoral para todos.

A resolução que estabelece o fim do político profissional com o limite de eleições consecutivas para deputado federal, em 3 mandatos, e para o senado, em dois mandatos, fisga o jovem como uma real possibilidade de formação de lideranças, renovação política e espaço profícuo para o debate de novas idéias progressistas, evitando a criação de mandatos feudais e o surgimento de lodos programáticos, igualando-se na prática atrasada de agremiações conservadoras pela prática de currais eleitorais.


Assim como a cota de 50% para mulheres em cargos de direção partidária, tornará o partido uma referência na equidade de gêneros, atraindo a participação da mulher para dirigir e formular as idéias políticas do PT.


São posicionamentos avançados e que sinalizam um rumo promissor, necessário, para criar uma desacomodação para um ente que, após três vitórias consecutivas, poderia estacionar e perder sua vitalidade e apenas buscar manter os espaços de poder, sem renovar, suas lideranças, estruturas e idéias.

Dilma é Lula, Lula é Dilma

Mas o recado de Dilma ao afirmar com postura e firmeza que seu governo é continuidade do governo Lula, do qual foi uma das principais articuladoras de sua governança, chega em tempo oportuno para demarcar o espaço por onde transita e afastar, sem vacilos, o "disse-me-disse" que oposição e imprensa vem encenando para fazer crer ao povo deste país que Dilma não é Lula e vice-versa, as recentes aparições de políticos da oposição, como FHC, afagando Dilma e espezinhando Lula, como se isso fosse causa e efeito das ações moralizadoras de seu governo, tentam criar uma fantasiosa imagem de que o governo Dilma caça remanescentes do governo Lula e que haja uma desconstrução do lulismo em andamento pela presidenta.

Dilma foi enfática ao afirmar qual camisa veste: "Eu estou firmada sobre uma pedra muito sólida, que é a experiência de oito anos de um governo de que eu tive a honra de participar. Não é uma herança, porque eu estava lá [no governo]. Os erros e os acertos dela [da experiência] são meus erros e acertos".

O resultado do IV Congresso do PT desenha o caminho para a hegemonia política, pela democracia e justiça social, nas diferenças de idéias e no enfrentamento necessário de algumas difíceis batalhas, se serão vencedoras somente o desenrolar e o desdobramento do que foi definido poderá dizer, mas o fato da disposição e vitalidade aparecer já é fato que mereça atenção e apreço.
Fonte: Blog Palavras Diversas

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